sábado, 14 de dezembro de 2013

Memória. Se existe uma coisa que eu não entendo nesse mundo, é minha memória. Dia desses ainda quero ir a um neuro alguma coisa para poder me explicar como funciona o armazenamento de informações da minha cabeça.

Vamos a alguns exemplos perturbadores. Tenho 108 bandas de música gravadas no meu HD, e dessas, eu sei de onde conheci todas elas. Talvez não saiba exatamente quem me indicou, mas me lembro da situação, do momento. Muitas delas conheci através de pesquisas, e essas eu sei onde achei. Me lembro de cabeça todas as senhas possíveis e imagináveis que eu venha a usar. Seja números ou frases, eu me lembro. Letras de músicas que eu decorei, jamais me esqueço. Canto todas da Legião Urbana, Cazuza, Gabriel Pensador, Leandro e Leonardo... dentre tudo.

“Ok, oh Rafael, o senhor é dotado de uma memória incrível, parabéns.” Não! Minha memória é uma droga. Se você me fala hoje para eu comprar um caldo de feijão, impossível eu me lembrar amanhã. Telefones? Não decoro nem se digitar 50 vezes. Isso pra mim é o inexplicável. Como me lembro do primeiro momento de 90% das pessoas que conheci, mas não me lembro de comprar o arroz pro almoço de amanhã?

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Storm Thorgerson - O gênio das capas


O maior elogio a uma criação vindo de mim é: Que drogas esse casa usou? Claro que é sem maldade alguma falar sobre drogas, mas certas obras são tão fantásticas que imagino que o autor precisou de toneladas pra chegar naquele resultado.

Dentre os “drogados”, creio que o que mais questionei sobre catalisadores ilícitos de criatividade foi Storm Thorgerson, falecido no último no último dia 18. Como designer e fã de tantos álbuns quais ele foi responsável pela arte gráfica, senti muito sua morte.

Amigo de infância da banda Pink Floyd, quase todos os álbuns foram dele a autoria da criação das capas. Muitas delas se tornaram as grandes referências para os álbuns, como o “disco da vaca” (Atom Heart Mother) ou do prisma (Dark Side of The Moon).

Assim como a banda, Storm era gênio, ousado e vanguardista. Era ele quem entendia as loucuras do Pink Floyd e transformava todo o conceito dos álbuns em imagem. Seja com vacas, prismas, olhos, o que se via nas capas era sentido ao ouvir o disco.

Embora considere as melhores, suas obras são se restringem apenas ao Pink Floyd. O designer criou as capas de discos para Led Zeppelin, The Mars Volta, Peter Gabriel, Dream Theater, Audioslave, Genesis e muitas, muitas outras.

Escolhi as minhas 3 capas de álbum preferidas, mas se quiser conhecer mais, dê uma olhada no seu site oficial (que é fantástico).

Dream Theater – Falling in to Infinity

Storm não usava fontes criadas por outros artistas, por isso quase nunca os discos não vinham com o nome da banda e quando vinham – como nesse caso – não era a logo oficial. Tinha moral ou não? =)
 
Pink Floyd – Atom Heart Mother











O disco da vaca. Essa capa é tão cultuada entre os fãs de Pink Floyd que até sabemos o nome dela, Lullubelle III.

Alan Parsons - Try Anything Once











Esse é o que mais pergunto: -Que drogas esse cara usa?



sexta-feira, 5 de abril de 2013

Ummagumma - O queijo mofado com vinho seco.



Ummagumma, ah o Ummagumma. Último álbum no mundo que indicaria a alguém ouvir de imediato, assim, na lata. Sabe aquelas manias que os ricos tem de comer queijo mofado com vinho seco? É parecido com alguém ouvir Ummagumma. É musica de rico pomposo? Não e sim. Qualquer um pode ouvir música e assimilar suas essências, porém o rock progressivo, em si, aos poucos se tornou música para estudiosos e especialistas em música até o punk resolver devolver o rock ao povão.

Mas a comparação do queijo mofado e o vinho seco com Ummagumma vai além do gosto pessoal de quem o prova. Devemos levar em consideração a preparação dos sentidos para entender o que vai ser provado para poder ter discernimento e julgar sua qualidade. Não digo que apenas entender o que se passa no álbum garantirá um nirvana aos ouvintes, porém, tenho absoluta certeza que por chegar até aqui na leitura, você é fã de Pink Floyd e as chances de ter o “paladar auditivo” para o álbum são bem grandes. Enfim, era com você que queria falar.

O ano era 1969, o Pink Floyd já não tinha mais Syd Barret pelos motivos que todos sabem e Ummagumma vinha ser o primeiro álbum oficial da banda sem seu primeiro motor criativo. Até chegarem às suas obras máximas em termos comerciais e criativas, como Dark Side of The Moon, Animals e The Wall, os Floyds ainda teriam uma imensa provação, sendo o Ummagumma a porta de entrada.

O Pink Floyd em 1969 não era a banda que provavelmente o mundo conhece hoje caso o interessado não for a fundo na pesquisa de suas raízes. Roger Waters não mandava em tudo e não criava discos conceituais. Gilmour também não compunha seus solos arrepiantes e o feeling transbordando o vinil só veio alguns anos após, embora esse venha a se destacar no álbum. Ummagumma possui 12 faixas, as quais todas foram compostas por um único membro da banda, o que dá a impressão de que cada um se virou pra fazer sua parte sozinho, sem meter o nariz na composição do outro.

As 4 partes de Sysyphus é um conjunto de solos mal humorados de Rick Wright e uma bateria mais aborrecida ainda. A linda Grantchester Meadows, composta e cantada de Waters, é a primeira música “de verdade” do álbum. É seguida de barulhos de macacos e animais em fúria que o mesmo Waters ousou chamar de música. Já Gilmour, mostra um pouco do que vinha a ser o Pink Floyd nos próximos anos por compor as três The Norrow Way. A primeira é um leve violão; a segunda um pouco mais sombria abusando dos efeitos eletrônicos e a terceira e na última -a melhor música do álbum- enfim mostra sua maravilhosa voz. O álbum acaba com as 3 composições de Nick Mason com solos de bateria mais aborrecidos ainda. Algo mais parecido com passagens de som do que música.

Ummagumma é um álbum sombrio do Pink Floyd. Daqueles esquecidos pela banda que jamais tem suas músicas tocadas ao vivo por nunca se tornarem um hit ou cair no gosto do fãs. Aconselharia fortemente a ouvir tudo da banda, antes e depois, para preparar os ouvidos e a mente e viajar.
Mas Rafael, Ummagumma é bom?
Não sei, você gosta de queijo mofado com vinho seco?

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O trigo e a preguiça.


Em uma corte, um acidente com uma carroça espalhou todo o trigo de uma semana de colheita por toda a estrada. O rei, furioso, queria que apenas um súdito recolhesse todo o trigo e levasse à vila. O problema era que a carroça era a única disponível e estava impossibilitada de andar.

O primeiro súdito tentou explicar ao rei que a tarefa era impossível, já que não havia condução e ele não conseguia consertar a carroça. Disse também que um ser humano carregar todo o trigo sozinho era inviável e que não iria fazer. O súdito teve a cabeça arrancada por desobedecer a uma ordem direta do rei.

Foi chamado, então, o homem mais forte e disposto do reino. Mesmo sem saber que o outro súdito havia sido morto por não fazer a tarefa, aceitou de imediato. Como era muito trigo, ele deveria ir e voltar várias vezes a vila. Com muita vontade e o sol escaldante nas costas, o homem não suportou o trabalho e morreu de exaustão.

Desapontado e mais furioso ainda, o rei ordenou a um jovem, que dormia o dia todo em baixo de uma árvore a por fogo no trigo, já que ninguém foi capaz de resolver o problema. No amanhecer, foi informado ao rei que todo o trigo estava na vila, trazido apenas pelo garoto que havia mandando o incendiar. O rei, incrédulo, explicou a situação dos dois homens que haviam sido mortos por não conseguir levar o trigo e perguntou o que ele havia feito.

-Meu Rei, eu sou a pessoa mais preguiçosa da vila, jamais carregaria o trigo nas costas. Porém, uso minha preguiça a meu favor para resolver problemas com o mínimo de esforço e tempo possível. Eu apenas consertei a carroça e trouxe o trigo. Agora, se me dê licença, preciso descansar.

domingo, 24 de março de 2013

Análise novo Tomb Raider 2013.


Foram anos de espera desde os rumores de como seria o jogo, seguido de imagens, clipes, até chegar em alguns reviews pela internet para finalmente ter o gosto de poder comandar minha amada de longa data, Lara Croft. Não sou nenhum gamer especialista, mas tenho alguns pontos a discutir sobre o recomeço de Tomb Raider. (Relaxe, eu adorei)



História.
Como o objetivo do jogo é dar uma nova vida a série Tomb Raider, nada mais justo que recomeçar a vida de Lara Croft nos games. Nada de pistolas duplas infinitas e medkits. Lara é uma garota inexperiente que tem medos e dúvidas. Cai em uma ilha macabra apenas com suas roupas e é obrigada a se virar para enfrentar um exército de seguidores de uma antiga seita que venera sua rainha morta que está prestes a voltar a vida. A trama se desenrola ao longo do game, Lara vai desenvolvendo habilidades conforme ganha experiência (menção honrosa quando os bandidos ficam surpresa por ela ainda estar viva ela grita furiosa: -Yes, i’m live!) e descobrindo os mistérios que envolve a ilha -entre eles como pode nevar em uma ilha tropical. Veremos Lara pedindo para os vilões não a matarem (obviamente a resposta é balas e flechas) e depois seu rito de passagem, o assassinato de uma pessoa pela primeira vez e questionando se era certo.
Nota 10. A história é tudo aquilo que fãs de Tomb Raider tanto amam. Recomeçar Tomb Raider era preciso e souberam fazer muito bem e de quebra com um enredo que os fãs tanto amam, com magia, fenômenos da natureza, pessoas loucas e poderosas, mistério...

Comandos.
Como a jogo é muito complexo, jogar no joystick pode parecer complicado. É totalmente diferente dos Tomb Raiders clássicos. Do que mais senti falta foi a mira automática, mas nada que vá acabar com o prazer de jogar. O game evoluiu, portanto os comandos também o devem. Não tive muitos problemas com isso.


Gráficos.
Atualmente, gráficos beirando a realidade é crucial para o sucesso de um game dessa modalidade. Assim como Batman, God of War e Call of Duty, o visual de Tomb Raider impressiona. É tudo muito lindo e impecável. Cada folha, vento, pedra… tudo foi meticulosamente criado para passar a impressão que está andando em uma paisagem verdadeira.
Nota 10. Sempre que olhava para uma paisagem me arrepiava de tão bom que é o gráfico.

Os problemas...
Bem, senhores fãs de Tomb Raider, agora vem o que certamente vai incomodar a todos: a facilidade do game.
Me lembro de demorar meses para zerar Tomb Raider 4 no Playstation e me peguei algumas vezes lendo detonados para ajudar. Lembra de ter que rodar por toda uma fase e fazer coisas bizarras para abrir uma porta? Esqueça. Nesse novo, alguns segundos parando e pensando já é o bastante para resolver esse tipo de problema. O charme do jogo, para mim, era martelar a cabeça e ter muita paciência para ir em frente, o que dificilmente acontece nesse novo. No jogo, existe um Instinto de Sobrevivência. Quando acionado, mostra todos os objetos que Lara pode interagir, portas, escaladas ou itens coletáveis. Até concordo que, como o gráfico é incomparavelmente superior aos dos jogos antigos, os detalhes são extremamente elaborados e ficaria difícil procurar objetos pelo chão sem uma ajudinha, porém é viciante e torna fácil até demais. A maior dificuldade que enfrentei foi ter que derrotar exércitos intermináveis de capangas armados, samurais e ninjas. Os combates são exagerados e chegam a irritar por vezes e torna a trama muito inverossímil.  Essa nova Lara está mais para guerrilheira do que para arqueóloga. A jogabilidade também é muito básica. Os saltos, escaladas não são desafios de habilidade. Tudo é muito fácil comparado aos clássicos.


Mas vale a pena?
Sim, muito! Esse jogo é apenas o começo do que vem por aí. Creio que, nos seguintes, Lara estará mais desenvolvida e terá desafios e enigmas mais “Tomb Raider” para resolver. Se dependesse de mim a Crystal Dynamics pode começar hoje a criar outro jogo baseando-se nessa aventura. Mas por favor, menos sangue e mais raciocínio.




quinta-feira, 14 de março de 2013

Toy Story 3 - Prepare-se para catarse.


O primeiro Toy Story foi lançado em 1995, mas não me recordo se foi nesse ano em que o assisti, uma vez que nesse tempo as informações e conteúdos não chegavam até nós na mesma velocidade que hoje. Mas foi próximo. Eu devia ter por volta de 7 ou 8 anos, mesma idade que Andy, personagem humano e dono dos brinquedos que estrelam o filme. Se você também tinha essa idade no primeiro filme, gostou e não assistiu o terceiro, assista já! É obrigatório. Saiba por quê...


Toy Story foi um sucesso absoluto. A Pixar havia feito um filme em animação totalmente em 3D, algo inédito até então. Mas só? Óbvio que não. A história envolvendo brinquedos e crianças era fascinante e atingiu em cheio não só o público infantil, mas também o adulto (lembro da minha família assistindo e se divertindo muito).  Toy Story 2 pegou carona 4 anos depois e também teve sua relevância, mas foi no 3, de 2010 que nós, ex crianças que sentem falta daquela época, nos derretemos.

Como anunciado, a terceira parte da aventura de Woody e Buzz Lightyear seria a mais sombria e melancólica de todas. De fato. Claro que conta com cenas divertidas, (engraçadas de verdade, que dão banho nessas comédias idiotas que vemos hoje em dia) mas o que fica na memória é a aquela pontada no coração ao ver cenas que não vimos nos dois primeiros. Histórias de brinquedos abandonados pelo dono, desencontros e lágrimas deixam fazem o filme soar como triste e maravilhoso.

Mas a genialidade fica por conta do envolvimento que o filme tem com nós que amamos o primeiro Toy Story e nos identificamos com o garoto. No terceiro, ele já é crescido, está prestes a entrar na faculdade e deve se desfazer dos seus brinquedos. Uma transição repentina entre a criança e o adulto, que, de tão repentina, o faz questionar se quer ou não se desfazer de seus brinquedos que são como seus amigos. Mais uma vez me coloquei na vida do garoto. Então o mais mágico em se tratando de arte aconteceu, a catarse. Foi hora do turbilhão de lembranças da infância, dos brinquedos e de como era fabulosa essa fase da vida que o garoto está prestes a deixar pra traz. Se você viu e sentiu o mesmo, não se envergonhe, foi de propósito. É sinal que sente falta de uma infância tão boa que deixou saudade. Você, assim como eu, se identificou como tudo começou e como terminou.