terça-feira, 24 de maio de 2011

Rock Progressivo 80's - Quem procura, acha.

Há quem diga que a década de 80 foi a mais inexpressiva do rock. Logicamente levando em consideração que isso é muito relativo, pois, foi nessa década que surgiram bandas que hoje são ícones dessa cultura. Especialmente bandas de Heavy Metal como Metallica e Megadeath e também a New Wave of Britsh Heavy Metal, como maior expoente o Iron Maiden. Aqui no Brasil, depois de uma ditadura opressiva, roqueiros saíram das garagens com décadas de atraso e ganharam o mundo.



Mas muitos torçem o nariz pra essa época. Pessoas como eu, que tanto amam o rock dos anos 60 e 70 e viram suas bandas desaparecerem como pó. As que restavam buscavam se adaptar àquilo que acontecia no mundo da música cada vez mais eletrônica e também influenciada pela simplicidade do Punk Rock. Quem via bandas de rock progressivo como Yes, Genesis ou Pink Floyd como deuses intocáveis anos atrás agora via como vendidas ao mainstreen. O Yes, que já sofria mudanças de integrantes drasticamente emplacou o hit Owner of A Lonely Heart, uma espécie de monumento ao apelo comercial do rock progressivo. O Genesis já não era o mesmo sem Peter Gabriel no comando e a década de 80 só piorou tudo. O Pink Floyd, pós saída de Waters, lança Momentary Lapse of Reason, recheada de elementos eletrônicos e sem as características da banda.



Se as megabandas faziam feio nesses 10 anos, paralelamente surgiam outras que nos faz pensar que nem tudo estava perdido, especialmente mantendo as características do rock progressivo com seus instrumentais complexos, letras conceituais e músicas de longa duração. Se o Genesis não era o mesmo da década de 60/70, duas bandas podiam ser facilmente equiparadas a ele se analisarmos os vocais ao estilo Gabriel e instrumental de Hakett. IQ e Marillion se mostraram extremamente competentes ao criar um novo estilo, o Neo-Prog. Hoje é bastante difundido por nomes como The Flower Kings, Transatlantic e Spock’s Beard dentre outras bandas provenientes do norte europeu, conhecidos até pelos fãs mais antigos de rock progressivo. Outro subgênero do progressivo que nasceu nessa década, embora tenha explodido no início de 90, foi o Metal Progressivo, tendo como carros chefes o Queensryche, que lançou o hit Silent Lucidity e Dream Theater com Pull me Under. Duas das mais comerciais de todo o gênero, constantemente exibidas na MTV. O estilo mescla metal com rock progressivo, como resultado uma música pesada, por vezes veloz e na maioria das vezes complexa.


É certo que a comparação da década de 80 com 60, 70 e até 90 é pra se passar vergonha. Porém nada é imutável e artista que se preze não gosta de se prender a um estilo por 4 décadas ininterruptas. Mudanças são sempre válidas desde que eles saibam o que estão fazendo e o fazem pra suprir seus espíritos compositores inquietos. Há que saiba fazer sem perder sua essência, outros infelizmente não. Por sorte, ou coisa parecida, foi dessa década tão conturbada que se iniciou o que se tem de melhor das bandas em atividade atualmente em se tratando de uma espécie de novo rock progressivo (já não tão novo assim).

quinta-feira, 19 de maio de 2011

"Em que mundo estamos?"

Uma coisa é certa, pessoas mais velhas, acima de 40 ou 50 anos se orgulham de seu tempo. De um suposto mundo melhor qual se podia dormir de janela aberta sem medo de ser assaltado, ou até andar na rua com um colar de pérolas sem pensar que poderia ser decapitado. Sim, parte disso pode ser verdade. A criminalidade aumenta na mesma proporção em que a população migra do campo para a cidade, mas dizer que o mundo de hoje é pior que o de antes é uma bobagem sem fim.
Quantas vezes você pensou, disse ou ouvir falar “Nossa, como o mundo anda violento. Em que mundo estamos? Onde esse mundo vai parar.” (se ouve bastante se assistir o programa Brasil Urgente, apresentado por Datena, o maior abutre televisivo). Fato, atrocidades contra o ser humano acontece corriqueiramente sim e é inegável, o erro aqui é pensar que antigamente não existia.

Que tal uma brevíssima viagem ao tempo focando a violência, barbaridades, injustiças e etc?
Na pré-história o homem era um animal em evolução, até se tornar um ser inteligentemente diferenciado dos outros, era mais um ser que demarcava territórios brigando e matando. Na antiguidade, Egípcios, Romanos ou qualquer império, viviam em guerras constantes e seus próprios líderes se assassinavam. Na idade média todos que eram contra a igreja católica eram torturados, (http://startingzone.wordpress.com/2009/10/17/os-10-modos-de-tortura-medieval-mais-bizarros/) mortos e queimados feito baratas. As Grandes Navegações tinham como objetivo conquistar terras, dizimando ou escravizando os povos nativos. Na industrialização o proletariado era praticamente mulas que viviam de pão e água. Os Astecas eram sádicos, arrancavam o coração de seu próprio povo com as mãos como sacrifício para seus deuses. Preconceito? Negros nem eram considerados seres humanos. Consciência ambiental? Olha o que fizeram com a Mata Atlântica e seu pau brasil. E pra finalizar os exemplos macabros, o incrível tempo em que seus avós tanto se orgulham, qual os pássaros cantavam mais, as flores exalavam mais aroma, as frutas do parque podiam ser saboreadas. Século XX, 2 guerras mundiais. A segunda, dizimando milhões de pessoas de modo aterrorizante apenas por não ser branquinhas como aquele demônio com bigodinho simpático. Sem contar outras guerras não tão expressivas, rebeliões, revoltas ou qualquer coisa que faria um assassinato de hoje parecer um desenho animado. Quem em sã consciência pode dizer que hoje o mundo é mais violento diante esses fatos?

O que temos hoje é uma infinita maior comunicação globalizada. Pois, com a internet e TV sabemos de um pobre padre assassinado na Austrália, 5 minutos depois um turista é morto em Copacabana e já está na home de um portal de notícias, 10 minutos depois uma criança é morta pelos pais e a TV faz plantões sobre o caso a cada 5 minutos. “Meu Deus, em que mundo eu vivo?” Há alguns séculos, uma família inteira era morta a pauladas, queimada e virava pó. A diferença disso pra hoje é que antes ninguém ficava sabendo.
E quando vir o Datena indignado com a violência no mundo, o mande calar a boca e se ele não quiser ver atrocidades, que vá apresentar Bom Dia e Cia.