sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Algo sobre BBB, gavetas e perda de memória.

Se lembra quando o Big Brother Brasil era febre nacional e que todo mundo falava dele? Provavelmente não. Mas da fase em que todo mundo odiava e adorava destilar seu ódio contra esse "programa que não agrega em nada à cultura da população" você deve se lembrar. Não faz tanto tempo, talvez há uns 2 anos você lia textos de 10 linhas no Facebook, artigos em blogs de pessoas engajadas a mostrar que sua cultura é um pouco mais elevada que a média desse país atrasado.

Hoje não vemos tanto isso. Mas qual motivo? Big Brother mudou a ponto de ser amado pela intelectualidade popular? Não. O motivo é mais uma das teorias de vida que carrego na vida: A teoria da folha guardada na gaveta. Não me lembro onde li sobre isso, mas como nesse mundo nada se cria e tudo se transforma, fui moldando de acordo com o modo rafaelico de viver.

Se trata de esquecer algo, ou alguma pessoa. A não ser que estejamos falando de de alzheimer, é impossível esquecer alguém que foi importante na sua vida. O tempo cura, a mudança de vida alivia, mas esquecer alguém ou algum momento por completo, jamais. É como você ter consigo uma fotografia que não dê conta de rasgar e nunca poderá jogar fora: você guarda numa gaveta e vai cuidar da vida. A rotina fará não se lembrar da foto 24 horas por dia, mas, com o passar do tempo, as vezes abre a gaveta e a vê, mas não se importa. Olhar já não dói.

Foi assim que o Big Brother passou de amado (não por todos, óbvio) a odiado e agora ele é, para desespero da emissora, ignorado. O "falem bem, falem mal mas falem de mim" já não existe. Some isso ao hábito do ecossistema da internet brasileira de ter o poder de banalizar a crítica exacerbada (não é mais cool nem hipster criticar o BBB) pra vermos, enfim, que o Big Brother tem seus anos contados.
O país não só deixou de odiar os heróis do Pedro Bial, mas o guardou na gaveta.

Ps.: Vi um texto ralo feito sopa de fubá "assinado" pelo Luiz Fernando Veríssimo. Ele JAMAIS escreveu sobre o assunto.