sábado, 29 de outubro de 2011

Lulu - As aventuras de Lou Reed e Metallica


O Metallica disse aos quatro ventos que Lulu não é seu novo disco, mas apenas uma espécie de aventura com o lendário vocalista Lou Reed. Desde 2009, em que a banda e o vocalista se encontraram na comemoração dos 25 anos do Rock and Roll Hall of Fame, manifestaram o desejo de realizar um trabalho conjunto. Reed já havia composto algumas músicas baseadas na peça teatral Lulu de Frank Wedekind e as “entregou” ao Metallica. O resultado, vejamos...

Lulu em uma primeira audição é estranho, na segunda continua estranho e na terceira você tem a certeza de que é veementemente estranho. Isso é ruim? Sim. Não. Talvez. A capacidade de assimilação dessa obra sem precedentes varia de acordo como o ouvinte digere experimentalismos exacerbados e, principalmente, o modo como Lou Reed canta.
A sonoridade é, em partes, o que o Metallica tem de melhor. As guitarras soam magnificamente se analisarmos os riffs. São riffs fortes, diretos e com uma pegada que poucas bandas, ou quase nenhuma, são capazes de criar. A bateria marcante e esporádicos vocais de James nos dão noção de que realmente é o gigante do heavy metal por trás daquela magnífica barulheira. O que foge é a repetição desses mesmos riffs ao longo da música, o que não se nota em seus trabalhos propriamente ditos. O que, pra mim não é problema algum.
O vocal, ah o vocal...

Os não familiarizados com Lou Reed devem se perguntar porque diabos esse cara conversa tanto e não canta. Quanto a isso, realmente não posso responder. Seria o mesmo que me perguntar porque Axl Rose rebola tanto ou a Madonna pensa que o microfone é um falo. Claro, levemos em consideração também que Lulu é baseada em uma obra de teatro e o que Reed faz é cantar como se tivesse recitando ou atuando em um. Como fã de Valvet Underground, levemente acostumado com isso, pra mim foi um prato cheio. Ponto pra Reed também na composição das letras, verdadeiras obras de arte.

Não posso ser considerado um fã ferrenho tr00 from hell de Metallica, mas sou um grande apreciador de heavy metal. Fã do tipo que toma uma cerveja, ouve uma guitarra distorcendo um belo riff, olha pra cima e fecha os olhos a ponto de sentir a vibração daquilo que entra pelos ouvidos. Porém, mais do que metaleiro, sou um apreciador do que o ser humano é capaz de produzir. A inspiração, a arte e o desejo de mudar o curso das coisas, de mudar e mudar. Artista que vive estagnado é apenas cover de si mesmo. O Metallica tem a característica que admiro muito em qualquer artista: A gana de experimentar sem medo, novos e tortuosos caminhos. Erram feio, como em St. Anger, acertam genialmente como Black Album e, em Lulu, a banda fez mais do que caminhar pela estrada do peculiar, ele criou uma nova estrada e, provavelmente escondeu o mapa.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Duplique essa idéia



Direto e reto. Para onde vai o dinheiro que deveria duplicar a maldita estrada que liga a cidade de Colômbia à Barretos/SP?
Vamos fazer de conta que no Brasil existem coisas que são difíceis de explicar. Fingir que não sabemos como ou o que acontece, de onde vem e pra onde vai.
Como o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do planeta e nenhum serviço público funciona dignamente?
Como o Brasil arrecada 1 trilhão de reais em impostos e insiste em criar mais um?
Isso são perguntas corriqueiras e que, por mais revoltante que seja, nada se vê fazendo pra mudar. De onde vem todo o dinheiro é impossível não saber. Se sabe porque dói a carteira. Dói o olerite. Cada mordida da gula da máquina do estado não só dói fisicamente, mas a alma impotente de um povo. Mas e para onde vai?
É triste depender da falta de vontade de gente mesquinha. Só não menos triste que perder amigos e familiares em uma estrada que já provou e prova todo dia que mata mesmo quem dirige certo. Andar de Colômbia/Barretos é como entrar em uma guerra. É sobreviver por sorte.
Não sei quem é o responsável pela duplicação da rodovia, mas garanto que se alguém de sua família vier a falecer por acidente lá, as coisas fluirão bem mais rápidas.

Duplique essa idéia

http://www.facebook.com/duplique

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Argumentos, curiosidade e afins.

Eu posso ser a favor, posso ser contra. Mas o que mais empolga é querer ter opinião acerca de qualquer coisa no mundo. Não uma opinião formada sem conhecer de fato a ponto de pré-conceituar, mas opinião concreta e cravada em fundamentos. Opiniões com argumentos sólidos, como odiar a nova Montana por achar que, sei lá, ela parece um sapo ou gostar de alguém porque tem o cabelo vermelho despenteado. Isso são opiniões graciosamente minhas.

É rotina pra mim, querer saber de tudo um pouco ou pelo menos uma fatia microscópica de um assunto profundo como uma lasanha. Mesmo antes de saber que isso é essencial para um publicitário sempre me pego lendo sobre carros, física quântica, games, televisão, marketing de guerrilha. Hoje, por exemplo, me veio uma dúvida: prisão de ventre era algo que ocorre só em mulheres ou também em homens? (já que “ventre” para homem fica meio, sei lá, esquisito). Descobri que ocorre mais em mulheres devido aos hormônios e bla bla blá, mas ocorre sim em homens. Tive minha resposta, posso dormir feliz.

Tenho em mente que curiosidade não pode ser alimentada, mas sim sacrificada no ato. Caso queira saber sobre algo, procure, pesquise, pergunte, desmonte, quebre, abra, coma, cheire, vá... A curiosidade traz respostas, das respostas surgem argumentos, dos argumentos se constrói uma personalidade propriamente dita, não algo volúvel que caminha a favor do vento.