sábado, 29 de outubro de 2011

Lulu - As aventuras de Lou Reed e Metallica


O Metallica disse aos quatro ventos que Lulu não é seu novo disco, mas apenas uma espécie de aventura com o lendário vocalista Lou Reed. Desde 2009, em que a banda e o vocalista se encontraram na comemoração dos 25 anos do Rock and Roll Hall of Fame, manifestaram o desejo de realizar um trabalho conjunto. Reed já havia composto algumas músicas baseadas na peça teatral Lulu de Frank Wedekind e as “entregou” ao Metallica. O resultado, vejamos...

Lulu em uma primeira audição é estranho, na segunda continua estranho e na terceira você tem a certeza de que é veementemente estranho. Isso é ruim? Sim. Não. Talvez. A capacidade de assimilação dessa obra sem precedentes varia de acordo como o ouvinte digere experimentalismos exacerbados e, principalmente, o modo como Lou Reed canta.
A sonoridade é, em partes, o que o Metallica tem de melhor. As guitarras soam magnificamente se analisarmos os riffs. São riffs fortes, diretos e com uma pegada que poucas bandas, ou quase nenhuma, são capazes de criar. A bateria marcante e esporádicos vocais de James nos dão noção de que realmente é o gigante do heavy metal por trás daquela magnífica barulheira. O que foge é a repetição desses mesmos riffs ao longo da música, o que não se nota em seus trabalhos propriamente ditos. O que, pra mim não é problema algum.
O vocal, ah o vocal...

Os não familiarizados com Lou Reed devem se perguntar porque diabos esse cara conversa tanto e não canta. Quanto a isso, realmente não posso responder. Seria o mesmo que me perguntar porque Axl Rose rebola tanto ou a Madonna pensa que o microfone é um falo. Claro, levemos em consideração também que Lulu é baseada em uma obra de teatro e o que Reed faz é cantar como se tivesse recitando ou atuando em um. Como fã de Valvet Underground, levemente acostumado com isso, pra mim foi um prato cheio. Ponto pra Reed também na composição das letras, verdadeiras obras de arte.

Não posso ser considerado um fã ferrenho tr00 from hell de Metallica, mas sou um grande apreciador de heavy metal. Fã do tipo que toma uma cerveja, ouve uma guitarra distorcendo um belo riff, olha pra cima e fecha os olhos a ponto de sentir a vibração daquilo que entra pelos ouvidos. Porém, mais do que metaleiro, sou um apreciador do que o ser humano é capaz de produzir. A inspiração, a arte e o desejo de mudar o curso das coisas, de mudar e mudar. Artista que vive estagnado é apenas cover de si mesmo. O Metallica tem a característica que admiro muito em qualquer artista: A gana de experimentar sem medo, novos e tortuosos caminhos. Erram feio, como em St. Anger, acertam genialmente como Black Album e, em Lulu, a banda fez mais do que caminhar pela estrada do peculiar, ele criou uma nova estrada e, provavelmente escondeu o mapa.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Duplique essa idéia



Direto e reto. Para onde vai o dinheiro que deveria duplicar a maldita estrada que liga a cidade de Colômbia à Barretos/SP?
Vamos fazer de conta que no Brasil existem coisas que são difíceis de explicar. Fingir que não sabemos como ou o que acontece, de onde vem e pra onde vai.
Como o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do planeta e nenhum serviço público funciona dignamente?
Como o Brasil arrecada 1 trilhão de reais em impostos e insiste em criar mais um?
Isso são perguntas corriqueiras e que, por mais revoltante que seja, nada se vê fazendo pra mudar. De onde vem todo o dinheiro é impossível não saber. Se sabe porque dói a carteira. Dói o olerite. Cada mordida da gula da máquina do estado não só dói fisicamente, mas a alma impotente de um povo. Mas e para onde vai?
É triste depender da falta de vontade de gente mesquinha. Só não menos triste que perder amigos e familiares em uma estrada que já provou e prova todo dia que mata mesmo quem dirige certo. Andar de Colômbia/Barretos é como entrar em uma guerra. É sobreviver por sorte.
Não sei quem é o responsável pela duplicação da rodovia, mas garanto que se alguém de sua família vier a falecer por acidente lá, as coisas fluirão bem mais rápidas.

Duplique essa idéia

http://www.facebook.com/duplique

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Argumentos, curiosidade e afins.

Eu posso ser a favor, posso ser contra. Mas o que mais empolga é querer ter opinião acerca de qualquer coisa no mundo. Não uma opinião formada sem conhecer de fato a ponto de pré-conceituar, mas opinião concreta e cravada em fundamentos. Opiniões com argumentos sólidos, como odiar a nova Montana por achar que, sei lá, ela parece um sapo ou gostar de alguém porque tem o cabelo vermelho despenteado. Isso são opiniões graciosamente minhas.

É rotina pra mim, querer saber de tudo um pouco ou pelo menos uma fatia microscópica de um assunto profundo como uma lasanha. Mesmo antes de saber que isso é essencial para um publicitário sempre me pego lendo sobre carros, física quântica, games, televisão, marketing de guerrilha. Hoje, por exemplo, me veio uma dúvida: prisão de ventre era algo que ocorre só em mulheres ou também em homens? (já que “ventre” para homem fica meio, sei lá, esquisito). Descobri que ocorre mais em mulheres devido aos hormônios e bla bla blá, mas ocorre sim em homens. Tive minha resposta, posso dormir feliz.

Tenho em mente que curiosidade não pode ser alimentada, mas sim sacrificada no ato. Caso queira saber sobre algo, procure, pesquise, pergunte, desmonte, quebre, abra, coma, cheire, vá... A curiosidade traz respostas, das respostas surgem argumentos, dos argumentos se constrói uma personalidade propriamente dita, não algo volúvel que caminha a favor do vento.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Eles merecem o mundo.

Ok, todo mundo sabe, todo mundo já viu. Mas não custa enfatizar que a homenagem do Google ao aniversário de Freddie Mercury foi uma coisa espetacular. Arrepia qualquer fã ou quem simplesmente aprecia um talento genial.



Por essas e outras que a gente entende porque o Google está no topo do mundo da internet. Parabéns.

domingo, 4 de setembro de 2011

Década de 90 nada, 2011 com muito orgulho.


Havia rumores, especulações e muito comentário sobre que rumos o Dream Theater tomaria após a saída do não só gênio da bateria, mas o líder da banda, Mike Portnoy. Continuariam com a sonoridade dos não tão bem aceitos 2 últimos álbuns ou se voltariam à sua gloriosa década de 90, em que foram lançados os clássicos Images and Words e Scenes From a Memory?

A Road Crew, revista especializada em rock/metal, não se sabe porque, acreditou que a banda estaria de volta à década de 90. Eu, não muito otimista, fiquei na minha e após ouvir o novo álbum A Dramatic Turn of Events posso dizer: Não voltaram. Ainda bem!
Não se sabe ao certo se as amarras criativas de Systematic Chaos e Black Clouds & Silver Linings eram impostas por Mike Portnoy, mas o próprio viu que suas composições já não seguiam o mesmo nível de álbuns anteriores, chegando a sugerir aos membros da banda um hiato para, quem sabe, botar a cabeça no lugar e voltar ao ser o que era antes. O resto da história todos sabem. Os outros membros não aceitaram, Portnoy saiu da banda, quis voltar, não foi aceito e a vida continua. E como continua.

Confesso não estar muito animado com o que viria, mas estava muito curioso. E que grata surpresa ao ouvir A Dramatic Turn of Events faixa a faixa. Jordan Rudess e John Petrucci travando duelos de teclado (as vezes exagerados, como sempre), John Myung compondo novamente e o vocal de James Labrie com um timbre excelente.
O que mais me chamou a atenção e,de certa forma, me emocionou foi como o A Dramatic Turn of Eventis começa e termina. On The Backs Of Angels abre dignamente o álbum com uma introdução que poucas vezes vi com o Dream Theater e finaliza com Breaking All Illusions (de composição de John Myung) e a magnífica Beneath The Surface. Essa última tendo como único defeito ter apenas 6 minutos. O ponto fraco do disco fica pra, variar, a mais comercial delas. Build Me Up, Break Me Down é descartável e não merecia estar ali.

Quando não se espera muito de algo, qualquer coisa já seria suficiente. Mas não, A Dramatic Turn of Events não é qualquer coisa. É um álbum de muito respeito. Não comparo com os grandes clássicos da banda pois cada caso é um caso, mas que o Dream Theater voltou ao topo do metal progressivo, voltou.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Viram?

Viram a semana final da novela das 9? Quem diria! Um assassinato em circunstâncias misteriosas que faz a população se perguntar quem é o autor do crime. Por mais que pareça, não é um déjà vu. É só uma novela usando uma de suas 3 ou 4 formas de fazer clichê. Fazer o que? É o que o povo gosta e dá certo. Pelo menos a das 6 é extremamente bem feita...

Viram que o filho do Neymar nasceu? Nasceu carimbando a aposentadoria milionária da mãe.

Viram aquele programa do Danilo Gentili? Confesso que vejo sempre, mas não vejo graça alguma. Uma mistura de Jô Soares, David Letterman e Patati Patatá.

Viram que o Deep Purple vai voltar ao Brasil? Eles gostam tanto do Brasil, acho que eles deveriam montar uma filial aqui. Uma espécie de Purple de segunda categoria com o David Coverdale, Jon Lord Glenn Hughes e Ritchie Blackmore. (Pros xiitas de plantão, o Mark III é minha formação favorita).

Viram que o Rafael não tem nada pra escrever? Pois é... bloqueio criativo é foda!

domingo, 31 de julho de 2011

De volta às rupturas. Baladas preguentas

A linha que separa o “não gostar” de “desdenhar” não tem nada de tênue. Tão larga que pode facilmente ser chamada de faixa. Ou seja, você pode odiar Guns n’Roses e bandas de grunge a vontade, mas faça isso apenas por gosto pessoal e saiba que elas tem grande importância pra história do rock.



A década de 80 havia terminado, a MTV já era uma mega potência sonhada por qualquer artista musical ou banda do mundo que almejava algum status no mainstream internacional. Como o pop era também cada vez mais forte, algumas bandas de rock deviam se moldar pra ser aceitas por essa e outras corporações. Algumas bandas mergulharam no pop (http://rafew.blogspot.com/2011/05/rock-progressivo-80s-quem-procura-acha.html), outras encontraram um caminho diferente, mas que também agradou muito a cultura pop. As baladas.

Talvez você conheça Aerosmith pelos clipes com a Alicia Silverstone (que veio a ser a garota propaganda da banda) ou baladas como I Don't Wanna Miss A Thing, que fazem parte da trilha sonora do filme Armagedon, entre outras. Não é certo dizer que “isso não é Aerosmith”, pois qualquer coisa feita por uma banda, mesmo que fuja de sua essência, faz parte de sua obra. Porém o que nós, rockeiros amantes de guitarra e fúria gostamos é bem diferente disso. Aermosmith é só um exemplo, assim como o Bom Jovi ou Whitesnake, de como o antigo e excelente hard rock se moldou para ser aceito na mídia. Criando, na década de 90, basicamente baladas que em sua maioria falavam de aventuras amorosas.



O que o Grunge e o Guns n’Roses tem a ver com essa história toda? Assim como o punk havia feito, essas duas correntes devolveram ao rock o espírito rock and roll para uma geração órfã de ídolos com atitude. As baladas, os rostinhos bonitos (não valendo pro Steven Tyller), o amor já estava saturado e os jovens queriam mais e isso os bad boys do Guns e, principalmente o Nirvana trouxeram de volta. Uma tendência tão forte, ao mesmo tempo audaciosa, que a MTV foi obrigada a engolir. Agora tinha músicos drogados quebrando instrumentos nos clipes, músicas falando de violência, sexo, pornografia ou qualquer coisa que vinha na cabeça desses jovens ídolos que surgiam.



Fãs mais ortodoxos de Nirvana e Gun n’ Roses geralmente se odeiam, assim como os membros da banda, que muitas vezes deixaram isso bem público. Mas algo que eles têm em comum é que fizeram parte de uma das gerações mais importantes para o rock. (falo mesmo, o choro é livre)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

UOL e sua propaganda mais ridícula


Em seus 15 anos de existência, a publicidade do portal UOL se encontra numa fase difícil. A campanha de 2011 (A internet tem um farol) sequer é digna de sua importância na internet brasileira, tendo em vista a falta de criatividade e ousadia das peças veiculadas na televisão. Mas não faz tão pouco tempo que isso vem acontecendo. Os clichês vêm à tona quando cada membro de uma família explica porque gosta do UOL, ou apresentadores com diferentes etnias com ar de inteligência simplesmente explicam o que o portal tem a oferecer.

Ok, mas e daí? Publicidade clichê é como formiga, gente besta e corintiano, sempre teve aos montes e nunca vai acabar. Por que gastar tempo falando disso?
Por que o UOL simplesmente transcendeu a barreira do óbvio e mergulhou diretamente no ridículo ao veicular um comercial, o qual um garoto, que não consegue tocar sua guitarra, desiste do seu instrumento e começar a "tocar guitarra" em um jogo de computador. Enquanto isso o narrador parece se orgulhar do tal feito. (não achei o vídeo pra ilustrar, desculpe).

É esse tipo de pessoa que o UOL quer mostrar como seus clientes? Jovens estúpidos, bitolados em computador que simplesmente desistem do mundo real e procuram o mundo virtual pra se satisfazer. E se o garoto não conseguir uma namorada, ele vai correr pro UOL procurar uma namorada virtual e será feliz? Se for isso mesmo, o Universo On Line tem o nome mais perfeito do mundo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Super cinema

Depois dos grandes clássicos de Kubrick e Copolla, o que mais me entusiasma no cinema são filmes de super heróis. Diferentemente nos quadrinhos, em que puxo uma sardinha medonha pro lado da DC, não tenho muita preferência entre essa, a Marvel ou qualquer outra.


E o que me deixa feliz nisso tudo é que atualmente vivemos uma grande época em produções desse estilo. De uma década pra cá, alguns heróis foram vistos pela primeira vez no cinema de forma digna, como o primeiro do Homem Aranha (vindo a se perder nos outros 2), Homem de Ferro, X-Men ou Quarteto Fantástico. Embora as adaptações não venham a ser fiéis às histórias originais, uma vez que, geralmente, o público dos filmes é mais jovem que das histórias em quadrinhos, o grande trunfo desses longas é mostrar como pessoas comuns vieram a se tornar heróis e ícones, partindo do acidente no espaço do Quarteto Fantástico ou o experimento com o Hulk, passando por suas dificuldades de adaptação dos poderes, a aceitação dos seres humanos e comuns, sua inserção na sociedade, o treinamento, as lutas e finalmente
culminando na glória de derrotar o grande vilão no final.



Em outros casos, heróis voltam ao cinema com uma repaginada. Como o caso de dois extremos como Batman e Superman.
Este primeiro volta depois de desastrosas e tentativas na década de 90 que de expôs o homem morcego ao ridículo. Christian Nolan refez o Batman nos cinemas em Begins e deu continuidade no brilhante The Dark Knight. Já no homem de aço é o oposto. O filme de 2005 sequer pode ser comparado ao grande sucesso com Christopher Reeve. Com uma história fraca, atores sem identificação e o mais grave: Superman com um filho. O filme provavelmente não terá uma continuação.

O que me prende nesses filmes não á algo tão particular. A catarse (uma certa “descarga de emoções”) funciona ao eu imaginar esses personagens no meu mundo. Imaginar pessoas extraordinárias com poderes extraordinários que salvam o mundo (ou apenas os Estados Unidos) vivendo ao lado e tendo uma vida parecida com o normal.
Agora é esperar Capitão América, Lanterna Verde, o novo Batman e, quem sabe um dia o tão sonhado Liga da Justiça. Oremos.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

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terça-feira, 12 de julho de 2011

Post-Rock. 4 bandas para entender (ou não).

Espíritos inquietos buscando coisas novas sem fugir de certa linha. Não sabe explicar do que gosta, simplesmente gosta, nunca está satisfeito e quer mais, sempre mais.
Ok, vamos deixar a subjetividade de lado. Meus seguidores do twitter devem estar até enjoados de ver eu falando de Post –Rock. Mas o que diabos é isso afinal? Boa pergunta.
Seguindo a sempre didática Wikipédia, Post-Rock é uma mescla de Rock Alternativo com Space Rock e influência do Rock Progressivo.
Mas vamos deixar essas definições idiotas de lado porque música não é bolo de fubá e eu não sou Ana Maria Braga pra explicar receitas.
Vou direto ao ponto: 4 bandas de Post-Rock pra se entender Post-Rock.


Pelican
Existem 2 pontos muito distintos no Post-Rock. Dois extremos chamados Pelican e Sigur Rós. Esta primeira, a australiana Pelican tem instrumental pesado, com longas distorções de guitarra e as vezes pegada de heavy metal. Agrada fãs de metal progressivo como Symphony X, Dream Theater ou Evergrey.


Godspeed You! Black Emperor
Uma gigante do estilo. Lendo sobre suas características, a banda canadense, com seus 9 integrantes poderia ser facilmente assimilada com qualquer banda de rock progressivo. Composições longas (longas mesmo), instrumentos usados de forma incomum e extremamente complexa. Fãs de Pink Floyd e Space Rock se sentirão bem familiarizados com GY!BE


Aerial
Como não podia deixar de ser, a Suécia representa dignamente qualquer estilo de rock possível e imaginável. Aerial é carregada de riffs empolgantes e é a única até aqui que tem vocal. E que vocal! É o grande charme da banda.


Sigur Rós
Na outra ponta do extremo, a initeligível, arrotulável e surpreendente Sigur Rós. Catando em um idioma e um instrumental único. É impossível descrever o sentimento de melancolia carregado em cada acorde ou verso. Ouça, mas é por sua conta e risco.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Climax -Rock progressivo boliviano

Em mais um sonho naquela soneca de 5 minutos depois do despertador me acordar, no meio do turbilhão de imagens e sons, em que mal consigo interpretar o que é o que em seus milésimos de segundos, que inexplicavelmente Rock Progressivo e Bolívia surgiram. Resultado: Acordei me perguntando se existe Rock Progressivo na Bolívia.
Foi só por curiosidade mesmo, mas depois de uma dantesca procura encontrei o único álbum da única banda boliviana presente no maior banco de dados do gênero no assunto, o site progarchives.com. Eis a banda Climax e seu álbum Gusano Mecanico.



O que eu esperava dessa banda? Nada. Sinceramente nada mesmo. Pelo ano do álbum (1974) já tinha em mente uma produção porca, amadora e de garagem, a final eram tempos em que gravações em discos eram extremamente caras. E o que esperar do país? Bolívia! Eu sei que é preconceito medonho de minha parte, mas quem em sã consciência espera achar algo primoroso em se tratando de Rock Progressivo em um país tão peculiar.

Bem, fãs de rock progressivo, segurem os queixos porque eu mal consegui o fazer depois que ouvi esse álbum. Se posso me considerar um bom conhecedor de músicas com instrumental complexo e bem trabalhado, viradas de baterias vertiginosas, solos de guitarras rápidos e com pegadas, baixo e teclados marcantes; posso também dizer que Clímax não perde em nada para grandes medalhões progressivos da década de 70. Duvida? Segue o link....

http://www.mediafire.com/?dndgf21j8p5dhhf

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A música do filme. O filme da música

Se você gosta de música e/ou cinema certamente tem sua vida marcada pelo menos uma vez por uma música ou filme. Alguma música te faz lembrar da adolescência, um personagem te lembra uma pessoa do passado, um filme te traz à mente um lugar... Difícil achar alguém que não faça esse “exercício” de memória.

E quando música e cinema se unem? Você ouve uma canção no filme e aquele momento da sua vida fica marcado pra sempre e os dois ficam interligados de forma que você ouve a música e se lembra do filme e não consegue assistir sem cantarolar.

Escolhi essas, em que a música se encaixa perfeitamente no conceito do filme e ambos me trazem um turbilhão de lembranças:

Twist and Shout – Beatles (Filme Vivendo a Vida Adoidado)
Um filme clássico adolescente dos anos 80 com uma música que marcou a juventude dos anos 60. Confesso que comecei ouvir Beatles a partir desse filme.



Down to Earth – Peter Gabriel (Filme Wall-E)
De longe a animação mais fantástica que já vi. Com créditos finais ao som desse gênio chamado Peter Gabriel.



Stop Crying Your Heart Out – Oasis (Filme Efeito Borboleta)
Esse final dispensa comentários



Where Is My Mind? – Pixies (Filme Clube da Luta)
Depois de descobrir realmente o segrede de Clube da Luta, Pixies pergunta “Onde está minha mente?” E eu vendo aqueles prédios desabarem, repondo que não sei. Realmente não sei.



Celine Dion – Go On (Filme Titanic)
Brincadeira =)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Belo, belo monte.



Creio que jamais conseguirei me expressar falando como faço escrevendo. Não é nenhum defeito de fabricação ou dádiva divina, é só uma característica mesmo. Queria falar bem, mas não consigo. A vida segue.

Em um debate na oficina “desinstitucialização”, tomei o microfone e disse pouco do que pensava sobre um tema bastante complexo. A construção da Usina Belo Monte (se não sabe do que se trata, informe-se). Não por coincidência, na platéia havia alguns índios que participavam de outras atividades e puderam opinar na nossa oficina. Depois de muito discurso socialista pré-programado e certa comoção indígena prestes a perder sua terra, pedi o microfone e com muita tremedeira expus minha opinião.
Contrariando vários colegas de lá, que diziam que a minoria capitalista que só quer explorar a população se sobressaia sobre a maioria “do bem” (questionaram até o nome “Belo Monte”. Por favor, ninguém é criança pra desconhecer o papel do marketing nessas horas), assim como outros que chamavam o que temos de defesa do meio ambiente de “falsa conscientização ambiental”, defendi a idéia de que o que vivemos na atualidade não pode ser tratado como uma falsa conscientização ambiental, ao passo que, se voltarmos 40 anos o progresso era sinônimo de desmatamento e que nosso governo dava o dobro de terra que uma pessoa desmatasse na Amazônia. Estamos longe sim, anos luz de um país ambientalmente sustentável, porém se hoje um índio consegue conversar com um político em plena Câmara dos Deputados e ser aplaudido, é porque algo mudou. E mudou muito.

Se o projeto Belo Monte estivesse pronto há 40 anos, a barragem certamente teria sido construída. Um alagamento gigantesco e sem precedentes seria apenas um efeito colateral irrisório no progresso, índios perderiam suas terras e teriam que tomar territórios das onças do outro lado da mata. E o pior, se achassem ruim, teriam que reclamar com Tupã.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sonhos simples.

Sabe aquele tipo de pessoa que fica feliz com qualquer coisa? É, sou eu. Não significa que eu não almeje crescer na vida, muito pelo contrário, ainda vou ser o primeiro presidente dos Estados Unidos sem nunca ter pisado naquele país.

Eu queria mesmo era ter um tico-tico (aquelas serrinhas de marceneiro), um bom estoque de madeira em compensado e muitos, muitos pregos. Passar dias construindo os móveis para minha casa do jeito que eu quiser. Mas não, não quero ser designer de interiores ou decorador, só quero meter a mão na massa (ou madeira) mesmo. Serrar, martelar o dedo, colar as mãos e ver o resultado pronto. É isso, nada de mais.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Rock Progressivo 80's - Quem procura, acha.

Há quem diga que a década de 80 foi a mais inexpressiva do rock. Logicamente levando em consideração que isso é muito relativo, pois, foi nessa década que surgiram bandas que hoje são ícones dessa cultura. Especialmente bandas de Heavy Metal como Metallica e Megadeath e também a New Wave of Britsh Heavy Metal, como maior expoente o Iron Maiden. Aqui no Brasil, depois de uma ditadura opressiva, roqueiros saíram das garagens com décadas de atraso e ganharam o mundo.



Mas muitos torçem o nariz pra essa época. Pessoas como eu, que tanto amam o rock dos anos 60 e 70 e viram suas bandas desaparecerem como pó. As que restavam buscavam se adaptar àquilo que acontecia no mundo da música cada vez mais eletrônica e também influenciada pela simplicidade do Punk Rock. Quem via bandas de rock progressivo como Yes, Genesis ou Pink Floyd como deuses intocáveis anos atrás agora via como vendidas ao mainstreen. O Yes, que já sofria mudanças de integrantes drasticamente emplacou o hit Owner of A Lonely Heart, uma espécie de monumento ao apelo comercial do rock progressivo. O Genesis já não era o mesmo sem Peter Gabriel no comando e a década de 80 só piorou tudo. O Pink Floyd, pós saída de Waters, lança Momentary Lapse of Reason, recheada de elementos eletrônicos e sem as características da banda.



Se as megabandas faziam feio nesses 10 anos, paralelamente surgiam outras que nos faz pensar que nem tudo estava perdido, especialmente mantendo as características do rock progressivo com seus instrumentais complexos, letras conceituais e músicas de longa duração. Se o Genesis não era o mesmo da década de 60/70, duas bandas podiam ser facilmente equiparadas a ele se analisarmos os vocais ao estilo Gabriel e instrumental de Hakett. IQ e Marillion se mostraram extremamente competentes ao criar um novo estilo, o Neo-Prog. Hoje é bastante difundido por nomes como The Flower Kings, Transatlantic e Spock’s Beard dentre outras bandas provenientes do norte europeu, conhecidos até pelos fãs mais antigos de rock progressivo. Outro subgênero do progressivo que nasceu nessa década, embora tenha explodido no início de 90, foi o Metal Progressivo, tendo como carros chefes o Queensryche, que lançou o hit Silent Lucidity e Dream Theater com Pull me Under. Duas das mais comerciais de todo o gênero, constantemente exibidas na MTV. O estilo mescla metal com rock progressivo, como resultado uma música pesada, por vezes veloz e na maioria das vezes complexa.


É certo que a comparação da década de 80 com 60, 70 e até 90 é pra se passar vergonha. Porém nada é imutável e artista que se preze não gosta de se prender a um estilo por 4 décadas ininterruptas. Mudanças são sempre válidas desde que eles saibam o que estão fazendo e o fazem pra suprir seus espíritos compositores inquietos. Há que saiba fazer sem perder sua essência, outros infelizmente não. Por sorte, ou coisa parecida, foi dessa década tão conturbada que se iniciou o que se tem de melhor das bandas em atividade atualmente em se tratando de uma espécie de novo rock progressivo (já não tão novo assim).

quinta-feira, 19 de maio de 2011

"Em que mundo estamos?"

Uma coisa é certa, pessoas mais velhas, acima de 40 ou 50 anos se orgulham de seu tempo. De um suposto mundo melhor qual se podia dormir de janela aberta sem medo de ser assaltado, ou até andar na rua com um colar de pérolas sem pensar que poderia ser decapitado. Sim, parte disso pode ser verdade. A criminalidade aumenta na mesma proporção em que a população migra do campo para a cidade, mas dizer que o mundo de hoje é pior que o de antes é uma bobagem sem fim.
Quantas vezes você pensou, disse ou ouvir falar “Nossa, como o mundo anda violento. Em que mundo estamos? Onde esse mundo vai parar.” (se ouve bastante se assistir o programa Brasil Urgente, apresentado por Datena, o maior abutre televisivo). Fato, atrocidades contra o ser humano acontece corriqueiramente sim e é inegável, o erro aqui é pensar que antigamente não existia.

Que tal uma brevíssima viagem ao tempo focando a violência, barbaridades, injustiças e etc?
Na pré-história o homem era um animal em evolução, até se tornar um ser inteligentemente diferenciado dos outros, era mais um ser que demarcava territórios brigando e matando. Na antiguidade, Egípcios, Romanos ou qualquer império, viviam em guerras constantes e seus próprios líderes se assassinavam. Na idade média todos que eram contra a igreja católica eram torturados, (http://startingzone.wordpress.com/2009/10/17/os-10-modos-de-tortura-medieval-mais-bizarros/) mortos e queimados feito baratas. As Grandes Navegações tinham como objetivo conquistar terras, dizimando ou escravizando os povos nativos. Na industrialização o proletariado era praticamente mulas que viviam de pão e água. Os Astecas eram sádicos, arrancavam o coração de seu próprio povo com as mãos como sacrifício para seus deuses. Preconceito? Negros nem eram considerados seres humanos. Consciência ambiental? Olha o que fizeram com a Mata Atlântica e seu pau brasil. E pra finalizar os exemplos macabros, o incrível tempo em que seus avós tanto se orgulham, qual os pássaros cantavam mais, as flores exalavam mais aroma, as frutas do parque podiam ser saboreadas. Século XX, 2 guerras mundiais. A segunda, dizimando milhões de pessoas de modo aterrorizante apenas por não ser branquinhas como aquele demônio com bigodinho simpático. Sem contar outras guerras não tão expressivas, rebeliões, revoltas ou qualquer coisa que faria um assassinato de hoje parecer um desenho animado. Quem em sã consciência pode dizer que hoje o mundo é mais violento diante esses fatos?

O que temos hoje é uma infinita maior comunicação globalizada. Pois, com a internet e TV sabemos de um pobre padre assassinado na Austrália, 5 minutos depois um turista é morto em Copacabana e já está na home de um portal de notícias, 10 minutos depois uma criança é morta pelos pais e a TV faz plantões sobre o caso a cada 5 minutos. “Meu Deus, em que mundo eu vivo?” Há alguns séculos, uma família inteira era morta a pauladas, queimada e virava pó. A diferença disso pra hoje é que antes ninguém ficava sabendo.
E quando vir o Datena indignado com a violência no mundo, o mande calar a boca e se ele não quiser ver atrocidades, que vá apresentar Bom Dia e Cia.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O vice e o "cof-cof" versa

Imagine um planeta com a atmosfera super poluída onde os habitantes sofram de doenças respiratórias constantemente. Não é qualquer poluição como vemos em grandes metrópoles como as nossas, é algo extremamente nocivo, uma fumaça branca viciante que causa câncer nos pulmões. A única forma de sobrevivência da população desse planeta é inalar cápsulas de ar puro comprado a preços exorbitantes.

Agora imagine o contrário. Um planeta com ar puro, onde a população inala poluição igualmente nociva enrolada em papel comprada a preços exorbitantes por livre e espontânea vontade.
Vocês fumantes são engraçados.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nada tão relevante.

Onde e quando não interessa, apenas era lembrado que ele a amava, porém o sentimento não era recíproco. Confusões de sua mente provocadas por efeitos também não respondidos por volta a troca com outras pessoas e o sentido de tudo se esvai.
Tudo gira em torno de um filho, que as vezes era uma linda menina, outra um garoto sorridente, nunca com mais de 3 anos e menos de 1. Ninguém sabe ao certo como isso acontecia e muito menos se tem idéia de quem eram aquelas duas pessoas que enganavam a eventual mãe da eventual criança.

Quando a criança sumiu, se perdeu completamente a esperança de ser feliz, seja qual pai for. Porém, um alívio no coração era sentido quando se ouvia uma risada infantil de felicidade atrás da janela. “-Ela está viva, ela está viva”. Ele sabia que era ilusão, que aquelas pessoas maldosas pregavam peças nos pais explorando aquele sentimento de amor pelo filho que sequer cabia no coração. “-Não vá, são eles de novo”. Ele sabia que não podia fazer nada, os dois ameaçavam de morte a criança se ele ousasse chegar mais perto ou tentar algo.
Nesse meio tempo, sonhos paralelos iam e vinham como trens em uma estação. Não se tem certeza do que era, quanto tempo durava e muito menos quando ia terminar. Talvez horas, segundos, anos.

E assim, um sonho paralelo pôs sentido em tudo.
Ao voltar para casa, ao ver um daqueles seqüestradores, o agarrou pelo colarinho e, depois de ouvir “Me solte se não mato a criança” disse “Mate” e encravou uma adaga no seu peito. Repetiu a dose no segundo, esse, mais calmo e com a adaga alojada no abdômen, já sabia que ele tinha encontrado o sentido e disse “Você está livre”.
Nada nessa história faz sentido, se tratou de um sonho. Acordei assustado. No sonho, eu sonhei que aquilo tudo era um enigma, que a criança não existia e a matando eu estaria livre pra acordar. A criança não existia, mas o amor não correspondido, quem sabe.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Burocracia - O câncer da sociedade.

Tive uma ótima surpresa ao saber que escrever análises ou resenhas de filmes me renderia algumas horas acadêmicas na faculdade, pois é uma coisa que faço corriqueiramente a troco de nada, no máximo um comentário positivo. Além de ganhar horas acadêmicas, fiquei feliz, por ser uma forma de incentivar o lado crítico dos estudantes, fazê-los enxergar algo além do óbvio que vêem e ter mais discernimento sobre cultura em geral.
Pois bem, minha felicidade acabou ao ler o relatório da "resenha"...



De ótima, a surpresa passou a ser desagradável, terminando em uma imensa frustração e culminando nessa revolta. O que eu pensei que fosse escrever uma análise na verdade é uma espécie de avaliação com cara de prova de 8ª série.

Mais do que um relatório, essa aberração é um monumento à burocracia qual gira em torno das universidades públicas brasileiras, burocracia que nada faz além de sistematizar tudo que vê pela frente e, no fim, transformar os alunos em robôs sem senso crítico cultural, programados para escrever apenas como manda esse relatório ridículo.

Não quero responder perguntas prontas sobre uma resenha. Quero escrever livremente sobre o que entendi. Quero relatar o que senti, quero criticar o sistema, comparar personagens a figuras míticas; fazer crossovers com histórias em quadrinhos, séries de TV, poetas modernistas, tudo que achar pertinente e que se dane se estiver errado, estarei certo só por desenvolver meu lado criativo. Querer eu quero, mas quem poderia me incentivar, já que minha faculdade não faz isso?

É uma pena, mas universidades, que deveriam ser centros de cultura, ciências, esportes e artes estão cada vez mais próximas de fábricas de “profissionais” bitolados com visão de mundo direcionada. Não por esse relatório, ele é apenas um ícone que serviu feito uma luva, mas sim pela sociedade contemporânea aculturada e sem discernimento crítico.

sábado, 9 de abril de 2011

Jornalismo novela brasileiro.

Quem mora em cidade pequena sabe bem o que significa dizer “se torcer o jornal sai sangue”. Em cidades assim, não é muito fácil achar um acontecimento para ser estampado em uma manchete que fará esgotar o jornal nas bancas. Portanto a alternativa é apelar para acidentes, tragédias e crimes. Os grandes veículos, assim como professores de comunicação desdenham esse tipo de jornalismo (se é que se pode chamar isso de jornalismo) que pauta a tragédia nua e crua explorando o lado sádico do ser humano em ter curiosidade em desastres.

Mas, e se isso não estiver fadado apenas a jornalecos de fundo de quintal? Não está.
Hoje já faz dois dias que não leio um jornal, que não entro no UOL, Terra, G1 ou qualquer portal de notícias e que não assisto TV. Exatamente dois dias depois da tragédia da escola do Rio de Janeiro. Coincidência? Longe disso.

Nos portais de notícias, o que pulam às vistas são fotos e notícias de parentes das vítimas em desespero nos funerais. Na última vez que assisti um telejornal, vi um depoimento de uma criança contando como o assassino executava as pobres crianças com detalhes aterrorizantes, seguido de vários relatos de pais sobre como eram seus filhos, suas rotinas, seus sonhos e o doloroso ponto final em suas breves vidas. São coisas extremamente desnecessárias, como fotos e notícias de parentes passando mal, jornalistas imorais quase entrando nas ambulâncias, relato de crianças que, além de não acrescentar nada a ninguém, empobrece o jornalismo brasileiro.

Obviamente se trata de uma tragédia sem precedentes no país, mas como o jornalismo brasileiro trata não só esse, mas qualquer assunto chocante é nojento e covarde. Tudo é transformado em novela explorando ao máximo os sentimentos de pena e compaixão (levemente mais aflorado em brasileiros) a ponto de bitolar o espectador a um dramalhão mexicano da vida real. Se continuarmos assim, o Jornal Nacional passará se chamar novela das 8:15.

Fica aqui o tweet do meu amigo Nilto postado em seu twitter (@niltojunio)

“abutres munidos de filmadoras e microfones rondam as famílias das crianças mortas, ganha mais quem filmar dentro do caixão”

sexta-feira, 25 de março de 2011

Radiohead - O 4 ou 40 de King of Limbs


Não sou muito de fazer resenhas sobre um disco em si. Seja qual banda for. Vários motivos me leva isso mas o principal é que algumas de minhas bandas favoritas não lançam álbuns há anos, ou décadas e as que lançam não estão me agradando tanto. (Não é, Dream Theater?).

Ah sim, Radiohead está entre minhas favoritas há certo tempo. Não sei explicar o porquê de um amante de Rock/Metal Progressivo Sueco gostar de um rock alternativo altamente eletrônico como Radiohead, mas algo me manda buscar novas fórmulas de se fazer e perceber música, então eu simplesmente gosto. Sem preconceito algum.

Comecei ouvindo Radiohead do fim ao começo. Eu caí na sua jogada de Marketing de pagar quanto quisesse no seu álbum virtual In Rainbows. Saquei meu cartão de crédito e paguei a incrível fortuna de 4 dólares. Era oficialmente a primeira vez que comprava música em pela internet. Gostei e muito do disco e da sonoridade da banda. Era uma jornada por um caminho desconhecido da música pra mim, passando pelos grandes sucessos de Kid A, Ok Computer até acabar no xoxo Pablo Honey de 1993. Incrivelmente, Creep, a música mais difundida da banda, foi uma das últimas que conheci.

E de 93 pulo pra 2011. Desde que ouvi o nome King of Limbs pela primeira vez me veio à cabeça de que algo estava por vir. Aquela banda com um espírito inquieto digno de grandes gênios da música mostraria novamente seu valor. Meu erro foi afirmar isso, invés de me perguntar.

O disco não chega a ser tão ruim e mal feito quanto Pablo Honey, mas fica longe de um bom como In Rainbows e querer comparar com Ok Computer é covardia. O fato é algumas músicas boas não salvam o disco. Como a single Lotus Flower, que tem mais destaque por vir com um clipe de divulgação e ter uma sonoridade mais comercial. Passando por Codex, com um piano carregado uma atmosfera ímpar arrepiante em que vemos a tão famosa melancolia de Thom Yorke nos vocais e fechando com Separator, que fecha dignamente o disco.

Acredito que assim como os fãs mais ligados na banda, eu esperava mais do Radiohead. Muito mais. Não se pode jogar a culpa de não ter tempo de fazer algo grandioso, pois desde 2007 não lançavam um álbum, talvez seja um lapso de criatividade dessa banda que chegou a um patamar criativo tão alto em The Bends e Ok Computer que, ao vermos um álbum mediano como King of Limbs chega ser decepcionante. Mais sorte na próxima.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Live at Pompeii – O Floyd pelo Floyd

Música psicodélica é como berinjela, ou você ama ou odeia (eco). Se você não vê com bons olhos cotoveladas no teclado, cachorros uivando no microfone e guitarras fazendo sons estranhos, pare por aqui.
Live at Pompeii foi um filme da banda de Rock Progressivo Pink Floyd no anfiteatro de Pompéia, destruído pelo vulcão Vesúvio. O que de tão especial tem esse show? Absolutamente nenhum espectador. Novamente, se você conhece Pink Floyd apenas por Another Brick in The Wall, Wish You Where Here e não faz questão de passar disso. Melhor nem continuar.
O ano era 1971, época em que o Pink Floyd ainda buscava uma definição musical de fato desde a saída de Syd Barret. Tinham acabado de lançar Meddle e ainda não haviam gravado Dark Side Of The Moon (1973). Vivam uma transição entre resquícios da psicodelia de Syd Barret e a criação da sua identidade progressiva.
Aqui falarei sobre o DVD Pink Floyd Live At Pompeii – The Director’s Cut. Que além das filmagens originais, conta com entrevistas e outros extras. Destacando a entrevista com Adrian Maben, diretor e idealizador dessa obra sem precedentes no mundo; também raras filmagens dos membros da banda em estúdio na gravação de Dark Side of The Moon. (Destaque para Nick Mason reclamando da torta com crostas). O legal do DVD pára por aí. O show principal foi bastante modificado em relação a versão original, as vezes deixando de mostrar a banda tocando para exibição de imagens de planetas ou coisa parecida. Mas obrigado Adrian Maben, você pensou em mim. Colocou a versão original nos extras com a mesma qualidade de imagem.
Adrian Maben, conta em sua entrevista nos extras, que perguntou a banda se eles aceitaram tocar em playback. Aquilo foi quase um insulto, jamais os Floyd aceitariam fingir que tocam seus instrumentos. Resultado: O mais gigantesco equipamento musical da época transportado para o meio do nada, para o anfiteatro de Pompéia. Habitantes e guias turísticos locais dizem que o equipamento do Pink Floyd era tão potente que causou danos irreparáveis as estruturas do anfiteatro.
Uma das magias desse show é o destaque que cada membro recebe. Diferentemente dos outros em que futuramente Rick Wright e Nick Mason parecem apenas de base para as estrelas de David Gilmour e Roger Waters brilharem ao palco, cenas do tecladista e baterista são amplamente exploradas e fazem parte do que o filme tem de melhor. Dentre as memoráveis, destaco Wright maltratando um teclado com cotoveladas e sopapos, David Gilmour cantando com o cabelo esvoaçando ao vento (versão original, por favor), o dueto de Gilmour e Wright em Echoes, Roger Waters se preparando para “martelar” uma bateria e Nick Mason quebrando sua baqueta.
A partir do primeira nota de Echoes, entusiastas e fãs do inquieto espírito floydiano vêem a música, seu conceito e sua imagem o transportarem a uma nova dimensão do que é música. Aquilo que parece ser uma passagem de som é música. O que parece ser uma pessoa com raiva e maltratando uma bateria é música. Shows de mega bandas levavam dezenas, centenas de milhares de pessoas aos shows e o maior espetáculo do rock progressivo estava vazio. Era a música pela música. A magia pela magia. Floyd pelo Floyd.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Legião Urbana – Análises úteis (ou não).

Mesmo não tão frequentemente como a 5 ou 6 anos atrás, ainda volta e meia me pego ouvindo algumas de minhas músicas preferidas da Legião Urbana, como Metal Contra as Nuvens, Eu Era Um Lobisomem Juvenil, Dezesseis...
Pegando carona na notícia de que Faroeste Caboclo, talvez o grande clássico da banda, irá virar filme em 2011, compilei algumas coisas que reparei nesses longos anos em que ouço Legião Urbana.

- A letra de uma de minhas músicas preferidas, Eu Era Um Lobisomem Juvenil, não passa de um amontoado de frases de efeito que, juntas, não fazem sentido algum. Por exemplo:

Ontem faltou água, anteontem faltou luz
Teve torcida gritando quando a luz voltou
Não falo como você fala, mas veja bem o que você me diz


Isso pode até fazer sentido na cabeça do Renato Russo, mas fica difícil meros mortais entenderem.

- João de Santo Cristo é o nome perfeito para encaixar em uma música com letra tão gigantesca como Faroeste Caboclo. Quando a música exige um nome pequeno, ele usa João. Um nome médio: Santo Cristo e um nome mais extenso ele encaixa João de Santo Cristo. 3 nomes se torna muito útil também para não haver uma cacofonia ao falar da mesma pessoa várias vezes. Simples e muito eficiente.

- Essa é baba, todo mundo já deve saber. Renato Russo expondo ao mundo sua atração pelo mesmo sexo. Fácil de se notar em Meninos e Meninas:

Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui
Acho que gosto de São Paulo
Gosto de São João
Gosto de São Francisco e São Sebastião
E eu gosto de meninos e meninas


E não tão fácil assim em Daniel na Cova dos Leões, onde ele descreve uma relação homossexual. Talvez a primeira.

Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo.
De amargo, então salgado ficou doce,
Assim que o teu cheiro forte e lento
Fez casa nos meus braços e ainda leve,
Forte, cego e tenso, fez saber
Que ainda era muito e muito pouco.


- Sem chances. A Legião Urbana era obra única e exclusiva de Renato Russo. Fato é que as evoluções das composições acontecem de acordo com as fases da vida de Renato. O início da banda, ainda com resquícios do Aborto Elétrico, com ideologia e musicalidade punk rock. Com letras voltadas a luta contra um sistema capitalista (Geração Cocal Cola, Que País É Esse?, O Reggae), passando por uma evolução e complexidade musical mais densa e letras “viajadas”, chegando a ter influencias progressivas (Metal Contra As Nuvens, Eu Era Um Lobisomem Juvenil) e, por fim, já sabendo que era portador do HIV e sabendo que morreria em breve, Renato Russo cria canções extremamente melancólicas, tanto em letra quanto melodias. (Todas as músicas do álbum A Tempestade).

Considero, de longe, Legião Urbana a mais bem sucedida banda de rock cantada em português do Brasil. Embora sem composições musicais complexas, elas se mostram bastante eficientes a se tornarem um pano de fundo para o que Renato Russo tentava dizer ao mundo. Às vezes sem tanto sentido explícito, ou sem sentido algum (acredito eu), mas sempre fazendo as pessoas refletirem sobre aquilo que ouviam. Hoje em dia já não é minha banda favorita, mas foi ela que abriu as portas para eu criar uma percepção musical crítica. E isso já me faz um eterno fã.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sinopse No Caminho de Thandara

Mais que um caminho, muito além de uma estrada. Thandara é um portal que divide a vida entre antes e depois de quem o atravessara. Era onde os culpados se redimiam com sua consciência, ou se flagelavam eternamente; onde crianças se tornavam adultas ou se trancafiavam na sua inocência.

Doru viverá uma experiência que marcará profundamente sua vida ao andar pelos sete quilômetros de Thandara. A cada passo, redescobre o sentido da sua vida ao lado de Sara, filha da mulher que ele matara há anos atrás. Um buscando se redimir, e a outra, perdoar.


Agora sim, meu futuro livro tem uma sinopse =]

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Top - Personagens mau exemplo

Não estou criticando nenhum desses personagens, seu impacto na sociedade ou coisa parecida. Muito pelo contrário. Sou fã de todos, adoro o politicamente incorreto e me vejo fascinado por anti-heroísmo.

8 - Alex DeLarge (Filme Laranja Mecânica) - O ultraviolento



Quantas vezes já ouvi falar: - O DeLarge é foda! Um jovem que tem atos violentos como hobbie. Péssimo exemplo para a juventude oprimida da época de lançamento do filme.

7 - Dexter (Série Dexter) - O Assassino


Quem não gostaria de assassinar todos os traficantes, estupradores e pedófilos do mundo? Eu sim. Querer, todos queremos e Dexter é nosso ícone. Porém justiça com as próprias mãos não é legalmente correto para uma sociedade. A final, o Código de Hamurabi já foi extinto há algum tempo.

6 - Agostinho Carrara - O trambiqueiro


Agostinho Carrara é o estereótipo do brasileiro que quer ganhar a vida sem muito esforço. Consegue dinheiro e não paga, compra fiado e não paga. Dobra o sogro, a esposa e qualquer um que ver pela frente.

5 - Ben Linus (Série Lost) - O manipulador



Nem todos têm aqueles esses olhos amedrontadores como arma. Mas bem que gostaríamos de nos safar de emboscadas usando apenas o dom da fala. E nisso, Ben é especialista. Conta mentiras tão bem que qualquer um caí na sua refinada lábia.

4 - Barney Stinson (Série How I Met Yout Mother) - O cafajeste


Para os homens, é um ótimo exemplo a ser seguido. Todos os dias com uma diferente, usando “técnicas” de sedução peculiares (com sucesso as vezes). Já para as mulheres não é bem assim, é um cafageste que sequer sabe da existência delas no próximo dia.

3 - Neil Cafrey (Série White Collar) - O estelionatário



Uma pessoa que é boa em tudo que faz e ganha dinheiro fácil. Falsificador, vendedor, ladrão, estelionatário e mentiroso. Por mais que esteja ajudando a justiça em sua nova vida, não consegue se safar do seu passado e suas recaídas fora da lei são constantes.



2 - Dr. House



Cínico, sarcástico, irônico, infantil, egoísta, preguiçoso, egocêntrico, viciado, anti-social e, principalmente, extremamente competente no que faz. O médico alia sua inteligência com todas essas “virtudes”, e usa frases de efeitos que deixam qualquer um boquiaberto. Assistí-lo conversar é péssimo se você tem 1% de seu caráter.

Homer Simpson - O preguiçoso, guloso, bêbado, egoísta, anti-religioso, mentiroso, burro...



Homer uma espécie de compilação do que há de pior (e as vezes de melhor), do cidadão norte-americano, uma sátira. Óbvio que ser burro como ele, ninguém pretende. Mas sua “filosofia” é amplamente difundida. A final, de consumistas e preguiçosos todos nós temos um pouco.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Filosofia de Cevada II - Stardust

Bastou trocar umas letras e olhar pra cima. Havia estrelas, e das estrelas nós viemos.

Particularmente (meu "particularmente" se trata da verdade absoluta no universo Overdose Intuitiva, ok?) considero a língua portuguesa a mais bela que existe. Não sou nenhum discípulo de Policarpo Quaresma, mas também considero nosso hino e nossa bandeira os mais lindos. Mas isso não vem ao caso.

A poesia, a fonética, as rimas, a imensidão de palavras que modificam todo um contexto apenas trocando uma sílaba tônica. Tudo soa maravilhoso na língua portuguesa e tenho orgulho de me dar bem com ela.

Pois bem, isso tudo foi apenas pra mostrar que não sou apegado em nenhum estrangeirismo. Tanto é que me irrito quando alguém escreve "delivery" no lugar de "entrega" ou coisa parecida. Mas há palavras em inglês que me fazem pensar em coisas absurdas em lugares ou horas não muito convencionais. Uma delas, a mais de todas, a Forrest Gump do dicionário é:

Stardust - É a junção de star (estrela) e dust (poeira). Primeiramente, ela tem uma fonética maravilhosa. "Segundamente". Poeira e estrela em um mesmo contexto? Tão insignificante como poeira, vindo de algo imensuravelmente importante como uma estrela. Isso é de deixar perplexo. Terceiramente. Ah, esse terceiramente...

Imagine minha profunda admiração pelo espaço (já bastante descrito por aqui) aliado com minha curiosidade sobre algo que provavelmente nunca vou saber ao certo. Agnóstico com um pé no ateísmo, não sei explicar como surgiu a vida. Não sei assim como todo mundo não sabe (muito menos a Bíblia) e acham que suas teorias são as verdades absolutas. Porém acho muito interessante a teoria de que somos poeiras das estrelas (stardust). Acho interessante e muito lógico. Pois somos feitos de átomos e esses átomos podem ter vindo de qualquer parte do universo. De uma explosão de uma estrela, de uma colisão de um asteróide com um planeta ou, quem sabe, de um espirro de Deus (=.

E o que essa palavra com 9 míseras letras carrega é nossa possível (ainda longe de provável) origem e nossa importância no infinito. Você, eu, a Angelina Jouli, aquela pedra que você chutou na rua. Todos podemos conter átomos de bilhões de estrelas. Somos, de certa forma, imensuráveis.

Mais coisas na salada? Imagine minha profunda admiração pelo universo, minha curiosidade sobre algo que provavelmente nunca vou saber ao certo e minha paixão por rock progressivo da suécia:

"Stardust we are, close to divine" (Stardus We Are - The Flower Kings)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Filosofia de Cevada I – Rupturas

Só existe um lugar no mundo onde eu possa colocar as pernas pra cima e ouvir meu bom rock tranquilamente tomando uma cerveja. Esse lugar é meu quarto.
Nada de especial nesse sábado a tarde, tanto é que nem me lembraria dele, e principalmente, do que havia pensado nele se não tivesse achado rascunhos disso aqui.

Foi ouvindo Ramones que passei a reparar que o que entra pra história são as rupturas.
Ok, explicar-vos-ei através do exemplo desmoronamento do Punk na cabeça amarelo-cor-de-ovo de John Rotten.

A primeira ruptura do dia, o surgimento do Punk. O Punk Rock foi (desculpe, mas Punk Is Dead sim) um estilo que pregava em suas letras e atitudes um descontentamento com o sistema do mundo (essa birrinha contra o McDonnalds e Coca-Cola vem daí), uma vez que os jovens, principalmente do Reino Unido, se sentiam oprimidos pela classe burguesa capitalista e não tinham perspectivas de vida. Esse sentimento foi refletido na música. Antes do Punk Rock, o que predominava eram as mega bandas, pomposas, com instrumentistas formados em universidades usando instrumentos caros. Os músicos queriam, naturalmente, ser como seus ídolos, fazer sucesso e ganhar dinheiro. Porém cada vez ficava mais difícil, a cada dia o rock tendia a ser mais complexo e, consequentemente, distante da realidade dos jovens com “vida normal”. E, se não fosse por essa opressão e o ódio pelo sistema do Punk, hoje estaríamos vendo shows de rock em teatros de óperas.
Eis a primeira ruptura do dia, do rock pomposo para um rock simples, feito com instrumentos de segunda, músicos não muito competentes (mas muito talentosos) falando o que sua classe queria ouvir.
“We love our queen. God saves. God save the queen.” (Sex Pistols, em uma óbvia avalanche de sarcasmo).

A segunda ruptura foi como isso tudo se desmoronou. Foram 2 motivos. Um deles: O Punk Rock era simples por natureza, tanto em melodia quanto em letras. O estilo foi tão difundido pelo mundo que se saturou. Não existia mais o que falar e foi se tornando enjoativo com o tempo. 4 acordes iam sendo repetidos e o discurso já não tinha o mesmo efeito. O outro, e mais importante, foi a descrença de alguns quanto a eficiência do Punk. Anos e anos lutando contra o sistema e ele sequer deu sinal de mudança. Surge então outro estilo, Pós-Punk (ou Gótico). Com a seguinte ideologia: O problema não está no mundo, mas sim dentro de nós. Assim surge no mundo bandas com letras extremamente depressivas, criticando nós mesmos e nos comparando a lixos.
Essa foi a segunda e mais importante ruptura do dia, pois não basta lutar contra um sistema que oprime se nós mesmo somos assim por natureza.

É fantástico como a música reflete na sociedade e nas nossas vidas, basta absorvermos esses dois fatos em nossas vidas e nos tornaremos pessoas melhores.
Primeiro: Sejamos simples. Dar valor a pequenas coisas na vida, como olhar um pôr-do-sol ou dar uma boa gargalhada faz muito bem.
Segundo: Deixemos de por a culpa no mundo. Não adianta falar que o mundo é injusto, pois o mundo é feito de pessoas e pessoas são injustas que só pensam em sí. Não adianta chorar ou ficar bravo. Problemas ocorrem corriqueiramente e ninguém é isento disso. Resolva e pronto.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Filosofia de Cevada. Gênesis

Não se trata de falar das bundas de mulheres ou que quero ir ao banheiro. É uma fase onde os neurônios parecem se entender com o álcool e o resultado é uma fase fértil onde os pensamentos parecem fluir deliberadamente.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Inception - Neorônios em forma de omelete



Contém spoilers.

Uma coisa que me fiz escrever sobre A Origem (Inception) meio atrasado (algumas semanas depois) foi esperar a poeira baixar, o estouro da boiada se acalmar e meus neurônios agora poderem trabalhar em prol desde post.

Pobre de mim. Achava que nada podia fritar mais meus miolos que Clube da Luta, ou Efeito Borboleta. Eis que surge uma obra de um diretor que se mostra cada vez mais ousado e sem medo de errar. Após reformular o envergonhado Batman no cinema, cria uma história que me fez imaginar que tipo de droga Christopher Nolan usou pra pensar nisso tudo que, não chega ser impossível de se entender, mas uma simples olhada no relógio faz perder todo sentido (torça pra ter algum).

No início, já era de se esperar uma cena pra não se entender nada (sem querer subir em cima da onça morta pra tirar foto, mas imaginei que aquele seria o final). Depois a coisa vai complicando. É necessário entender tudo a partir do final da primeira cena, se não, é melhora começar de novo. E não tenha vergonha de recomeçar.

Porém, Inception não é só complexidade crua e inteligência, o filme é extremamente empolgante, principalmente nas cenas em que certos acontecimentos só podiam ocorrer em sonhos. (A “falta de gravidade” no hotel como conseqüência da Van estar caindo no rio, por exemplo). Com personagens carismáticos e interessantes. Leonardo DiCaprio cada vez mais maduro e me fazendo esquecer Titanic é um ponto a se relevar. E, claro, alguns efeitos especiais, como a cidade se dobrar para cima e segundo minha amiga e (sic) fã, Tais, estudante de Cinema e futura editora, a cena da Van caindo no rio. Desculpe, mas a palavra é “FODA!”

Vai um paradoxo aí? Pra completar a omelete de neurônios, busquei um defeito no filme achei um. Ele é extremamente didático, chegando ficar enjoativo todo mundo explicando como tudo funciona. Porém, se eles explicando passo a passo já fica difícil de entender, sem fazer isso seria impossível de fato. Então, deixa esse defeito de baixo do tapete da razão.

Dentre infinitas perguntas que podem surgir após o término do filme, a que mais me intrigou foi: Quem é o vilão, quem é o mocinho? A resposta é simples, ninguém e ninguém. Os supostos heróis são pessoas com índoles duvidosas. Ladrões, mercenários, falsificadores, que entram na mente de uma pessoa a mando de seu concorrente, criam um mundo de mentiras inserindo uma idéia primária para que se desenvolva e acabe com si mesma. Nos moldes do maniqueísmo, isso não é lá uma coisa muito heróica. E o vilão? Robert Fischer (Cillian Murphy) não faz nada além de se defender em seus próprios sonhos (utilizando de técnicas “anti-invasão”) e que é enganado o tempo todo pela equipe de Dom Cobb. (Leonardo DiCaprio).

Essa é uma das poucas perguntas onde há respostas. Outras, como: Ele matou a esposa? (creio que sim, ele usou a inserção para que ela se matasse) O final é real ou um sonho? (O pião começou a querer parar de rodar) já não são simples de responder e dependem da interpretação de cada um.

Inception é um filme genial, com uma história genial, edição genial. Mas o que mais admiro em filmes de Nolan é seu toque de realidade, mesmo em fantasiosos como Batman ou Inception. Ele nos mostra que, assim como na vida real, não existe ninguém bom e ninguém mau. O que existem pessoas buscando seu lugar no mundo e realizar seus sonhos...

Sonhos?

O próximo será Batman – Dark Knight Rises. Não me decepcione, Nolan!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Diferenças, coisa e tal.

Nesse fim de ano, nas minhas curtas férias, fui pra minha querida e amada São Paulo e passei o reveillon na Av. Paulista. Como já era de se esperar, havia um mar de gente e alguns quilômetros de festa.

Como também já esperava, alguns artistas no palco. Como Zezé de Camargo e Luciano, Fábio Junior e dois que me chamaram atenção. Não pela sua qualidade ou falta dela, mas sim pela sua história e pela diferença de como chegaram aonde estão no cenário musical. Um deles, o irritante Fiuk e o consagrado Capital Inicial.

O Capital Inicial vem de um berço músical do qual grande parte das bandas de rock nacionais também vieram. Principalmente dos anos 80. Assim como o Legião Urbana,São resquícios da banda punk Aborto Elétrico. Não vou me aprofundar muito na história da banda, pois só queria mostrar que existe um histórico de competência pro Capital Inicial chegar onde chegou. Diferentemente de...

Fiuk. Sem voz, sem talento algum pra compor e com o cabelo bagunçado. Mas, fazer o que? Pai famoso, não precisa falar mais nada. Chega ser hilário ver aquela coisa metida a roqueira tentando levantar o público com sua animação anêmica. "Quero ver quem tá mais animado, lado direito ou lado esquerdo" - Tenha dó, coisa de banda de formatura tocando em carnaval.

Bem, mas foi ótima a festa. Me surpreendi com a organização. Me disseram que só teria "maloqueiro" querendo te assaltar e brigas. Mas pelo contrário, fiz bastante amizade (mesmo nunca mais vendo algumas pessoas) e gente bêbada igual eu :-)