sexta-feira, 19 de abril de 2013

Storm Thorgerson - O gênio das capas


O maior elogio a uma criação vindo de mim é: Que drogas esse casa usou? Claro que é sem maldade alguma falar sobre drogas, mas certas obras são tão fantásticas que imagino que o autor precisou de toneladas pra chegar naquele resultado.

Dentre os “drogados”, creio que o que mais questionei sobre catalisadores ilícitos de criatividade foi Storm Thorgerson, falecido no último no último dia 18. Como designer e fã de tantos álbuns quais ele foi responsável pela arte gráfica, senti muito sua morte.

Amigo de infância da banda Pink Floyd, quase todos os álbuns foram dele a autoria da criação das capas. Muitas delas se tornaram as grandes referências para os álbuns, como o “disco da vaca” (Atom Heart Mother) ou do prisma (Dark Side of The Moon).

Assim como a banda, Storm era gênio, ousado e vanguardista. Era ele quem entendia as loucuras do Pink Floyd e transformava todo o conceito dos álbuns em imagem. Seja com vacas, prismas, olhos, o que se via nas capas era sentido ao ouvir o disco.

Embora considere as melhores, suas obras são se restringem apenas ao Pink Floyd. O designer criou as capas de discos para Led Zeppelin, The Mars Volta, Peter Gabriel, Dream Theater, Audioslave, Genesis e muitas, muitas outras.

Escolhi as minhas 3 capas de álbum preferidas, mas se quiser conhecer mais, dê uma olhada no seu site oficial (que é fantástico).

Dream Theater – Falling in to Infinity

Storm não usava fontes criadas por outros artistas, por isso quase nunca os discos não vinham com o nome da banda e quando vinham – como nesse caso – não era a logo oficial. Tinha moral ou não? =)
 
Pink Floyd – Atom Heart Mother











O disco da vaca. Essa capa é tão cultuada entre os fãs de Pink Floyd que até sabemos o nome dela, Lullubelle III.

Alan Parsons - Try Anything Once











Esse é o que mais pergunto: -Que drogas esse cara usa?



sexta-feira, 5 de abril de 2013

Ummagumma - O queijo mofado com vinho seco.



Ummagumma, ah o Ummagumma. Último álbum no mundo que indicaria a alguém ouvir de imediato, assim, na lata. Sabe aquelas manias que os ricos tem de comer queijo mofado com vinho seco? É parecido com alguém ouvir Ummagumma. É musica de rico pomposo? Não e sim. Qualquer um pode ouvir música e assimilar suas essências, porém o rock progressivo, em si, aos poucos se tornou música para estudiosos e especialistas em música até o punk resolver devolver o rock ao povão.

Mas a comparação do queijo mofado e o vinho seco com Ummagumma vai além do gosto pessoal de quem o prova. Devemos levar em consideração a preparação dos sentidos para entender o que vai ser provado para poder ter discernimento e julgar sua qualidade. Não digo que apenas entender o que se passa no álbum garantirá um nirvana aos ouvintes, porém, tenho absoluta certeza que por chegar até aqui na leitura, você é fã de Pink Floyd e as chances de ter o “paladar auditivo” para o álbum são bem grandes. Enfim, era com você que queria falar.

O ano era 1969, o Pink Floyd já não tinha mais Syd Barret pelos motivos que todos sabem e Ummagumma vinha ser o primeiro álbum oficial da banda sem seu primeiro motor criativo. Até chegarem às suas obras máximas em termos comerciais e criativas, como Dark Side of The Moon, Animals e The Wall, os Floyds ainda teriam uma imensa provação, sendo o Ummagumma a porta de entrada.

O Pink Floyd em 1969 não era a banda que provavelmente o mundo conhece hoje caso o interessado não for a fundo na pesquisa de suas raízes. Roger Waters não mandava em tudo e não criava discos conceituais. Gilmour também não compunha seus solos arrepiantes e o feeling transbordando o vinil só veio alguns anos após, embora esse venha a se destacar no álbum. Ummagumma possui 12 faixas, as quais todas foram compostas por um único membro da banda, o que dá a impressão de que cada um se virou pra fazer sua parte sozinho, sem meter o nariz na composição do outro.

As 4 partes de Sysyphus é um conjunto de solos mal humorados de Rick Wright e uma bateria mais aborrecida ainda. A linda Grantchester Meadows, composta e cantada de Waters, é a primeira música “de verdade” do álbum. É seguida de barulhos de macacos e animais em fúria que o mesmo Waters ousou chamar de música. Já Gilmour, mostra um pouco do que vinha a ser o Pink Floyd nos próximos anos por compor as três The Norrow Way. A primeira é um leve violão; a segunda um pouco mais sombria abusando dos efeitos eletrônicos e a terceira e na última -a melhor música do álbum- enfim mostra sua maravilhosa voz. O álbum acaba com as 3 composições de Nick Mason com solos de bateria mais aborrecidos ainda. Algo mais parecido com passagens de som do que música.

Ummagumma é um álbum sombrio do Pink Floyd. Daqueles esquecidos pela banda que jamais tem suas músicas tocadas ao vivo por nunca se tornarem um hit ou cair no gosto do fãs. Aconselharia fortemente a ouvir tudo da banda, antes e depois, para preparar os ouvidos e a mente e viajar.
Mas Rafael, Ummagumma é bom?
Não sei, você gosta de queijo mofado com vinho seco?

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O trigo e a preguiça.


Em uma corte, um acidente com uma carroça espalhou todo o trigo de uma semana de colheita por toda a estrada. O rei, furioso, queria que apenas um súdito recolhesse todo o trigo e levasse à vila. O problema era que a carroça era a única disponível e estava impossibilitada de andar.

O primeiro súdito tentou explicar ao rei que a tarefa era impossível, já que não havia condução e ele não conseguia consertar a carroça. Disse também que um ser humano carregar todo o trigo sozinho era inviável e que não iria fazer. O súdito teve a cabeça arrancada por desobedecer a uma ordem direta do rei.

Foi chamado, então, o homem mais forte e disposto do reino. Mesmo sem saber que o outro súdito havia sido morto por não fazer a tarefa, aceitou de imediato. Como era muito trigo, ele deveria ir e voltar várias vezes a vila. Com muita vontade e o sol escaldante nas costas, o homem não suportou o trabalho e morreu de exaustão.

Desapontado e mais furioso ainda, o rei ordenou a um jovem, que dormia o dia todo em baixo de uma árvore a por fogo no trigo, já que ninguém foi capaz de resolver o problema. No amanhecer, foi informado ao rei que todo o trigo estava na vila, trazido apenas pelo garoto que havia mandando o incendiar. O rei, incrédulo, explicou a situação dos dois homens que haviam sido mortos por não conseguir levar o trigo e perguntou o que ele havia feito.

-Meu Rei, eu sou a pessoa mais preguiçosa da vila, jamais carregaria o trigo nas costas. Porém, uso minha preguiça a meu favor para resolver problemas com o mínimo de esforço e tempo possível. Eu apenas consertei a carroça e trouxe o trigo. Agora, se me dê licença, preciso descansar.