sábado, 23 de janeiro de 2010

Tempo x Responsabilidade

O legal de ficar velho, pra alguns, é a liberdade conquistada pela idade. Mas isso é ilusão. Liberdade se ganha com confiança, essa que se obtém com mostras de responsabilidade, não com o avanço de idade.
Na verdade, eu nunca entendi o porquê de tanta confiança em mim. Porém não acredito que tivesse sido um tiro no escuro por parte da minha família. Creio que eles me conhecessem melhor que eu mesmo. Com 13 anos eu já saia e voltava a hora que eu bem entendia. E olha que eu nunca fui uma criança das mais santinhas.
Escola? Se não fosse uma senhora chamada "repetência" no primeiro ano do ensino médio, eu duvido que estaria cursando uma faculdade pública hoje. Eu repetir de ano me fez abrir os olhos pra vida. Isso aos 15 anos de idade.
Com minha liberdade, eu poderia ser um viciado em drogas, um traficante, um ladrão ou qualquer outra coisa. Será que eu teria a mesma oportunidade de abrir os olhos pra vida, como na escola, se eu tivesse me envolvido com isso? Não. E de alguma forma, eu sabia. Afinal, a confiança em mim não caiu do céu.

23 de janeiro. Pouco menos de 5 horas pra completar 23 anos de vida. Eu vivo brincando, dizendo que não posso mais comemorar aniversário, apenas lamentar. Óbvio que é exagero da minha parte, mas acho que cheguei na maldita idade de não achar a coisa mais divertida do mundo fazer aniversário.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Negativo e Negativo

- Nome?
- Rafael
- Idade?
- Depende, posso ter 50, posso ter 20, posso ter 10.
- Sua idade, quantos anos você tem?
- Eu já respondi.
- Ah, claro. Como não pensei antes, são suas idades mentais.
- Não só mentais, mas podem ser culturais, sociais...
- Entendo. 50 anos pode estar relacionado a músicas e filmes ditos como antigos, certo?
- Certíssimo.
- Sociais, vejamos, você se relaciona com pessoas de várias idades sem problema algum.
- Você parece me conhecer muito bem.
- Obviamente. Eu sou você mesmo te entrevistando.
- Detalhe. Isso não vem ao caso.
- Você trabalha? O que você faz da...
- Não podemos pular essas partes técnicas? Isso não interessa a ninguém.
-Ora ora. E o que faz você pensar que algo que diz interessa alguém? Independente se for “parte técnica” ou filosófica?
- Você quem deveria saber. Essa entrevista foi idéia sua.
-Bom, na verdade eu achei interessante perguntar o que você achou do seu blog aumentar em 20 vezes o número de acessos depois do artigo sobre as comparações entre Kubrick e Pink Floyd?
- Como assim “achar”? Não procuro nada, portanto não acho idem.
- Nem ficou feliz?
- Claro que fiquei. Não viu o outdoor na Av. Paulista que eu mandei colocar em homenagem ao artigo?
- Se eu não fosse você eu o faria engolir seu sarcasmo num gole só. E tem mais, em São Paulo foi proibido qualquer tipo de mídia externa.
- Ah, me pegou. Confesso, não mandei colocar outdoor algum.
- Então, o que você...
- Na verdade, isso tudo aqui é um erro. Que idiotice. Eu mesmo me entrevistando. Tudo que perguntar SOBRE MIM, automaticamente saberá a resposta.
- É aí que você se engana.
- Ah é? Me chamou de débil mental agora. Se você não sabe a resposta, é sinal que eu não sei. Isso não tem lógica.
- Veja: Você pensa em se casar? Quer ter filhos? O que vai fazer depois que se formar? Redação ou Arte? Led Zeppelin ou Pink Floyd?...
-Chega.
- Você não sabe responder.
- Não mesmo. Está orgulhoso agora?
- Na verdade, não sei responder.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Twitter e sua geraçãozinha pop.

Sim, "geraçãozinha", no diminutivo, no teor máximo do pejorativo.
O que um estudante de Comunicação Social deve fazer diante de um imenso meio de interação de massa? E se essa rede social misturar ícones com subalternos, heróis com vassalos, gigantes com vermes, intelectuais com portas? O que fazer mediante a essa imensidão de pessoas se comunicando de forma nunca vista antes.
Eis o Twitter, o queridinho dos artistas, apresentadores e humoristas se interagindo com seus fãs, esses com seus amigos e, esses, com o infinito.
Eu tenho um perfil no twitter (@rafeww), devo ter passado alguns meses acessando todo dia. Foi então que, um certo dia, a ficha caiu e vi como isso tudo é idiota.

O meu abrir de olhos foi o seguinte:
Passei a seguir uma certa pessoa desconhecida (além de tudo, não dá pra conhecer as pessoas direito por lá) e reparei nas suas mensagens. O Twitter era como um diário pra ela. Se sua mãe derrubava uma panela no chão, ela twitava, seu seu cachorro comia 1 grão a menos de ração, ela twitava. Se pousasse uma mosca no teclado dela, ela tirava foto e postava no twitpix. Foi até que, um certo dia, ela pediu desculpas a todos, por ela não ter twitado na tarde de domingo, pois havia perdido seu celular no shopping.
Pedir desculpas? Oras, ela ter deixado de twitar por 1 tarde prejudicou a vida de alguém? O que a faz pensar que o que diz é importante pra outra pessoa? Importante... duvido que seja ao menos interessante. É difícil imaginar alguém interessado na vida de um adolescente que não faz nada além de descrever seu cotidiano pífio.
Foi a gota d'água. A partir daí percebi o quão imbecil é isso tudo e queria me ver longe disso o mais rápido possível.

Twitter é o que é hoje porque as celebridades dessa geraçãozinha pop medíocre atual abraçou a causa com toda as forças. É legal ser antenado, é charmoso, dá status ter 140 caracteres de conteúdo.
Assim, o efeito cascata acabou sendo gigantesco. Grandes corporações, grandes sites, grandes mentes, grandes talentos.
O mundo aderiu. E eu, corri.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Futuro órfão de Lost.


Locke no meio da mesa da "última ceia" de Lost

Eu acompanho LOST desde quando estava na metade da primeira temporada na Rede Globo. De lá pra cá, um misto de vontade que acabe logo com uma pitada de desejo que nunca acabe me persegue quando se trata de Lost.
É, de longe, de muito longe mesmo, o que eu mais gosto na televisão (a segunda é Chaves =D) e nesse ano, terá sua última temporada. Não quero nem imaginar o que vou sentir quando terminar o último episódio e dizer: -E agora?
O clima de mistério único, os segredos, as teorias, todos enigmas... por mais que tenha várias outras séries de ótima qualidade por aí, nada vai substituit Lost pra mim. A final, nunca mais verei aventuras inéditas de Ben e Locke.