A Netflix é uma empresa jovem, descolada e sabe usar muito
bem o a Brand Persona. Constantemente
as respostas a comentários nas suas redes sociais são assunto de blogs ou
páginas como Catraca Livre e Quebrando o Tabu pela sua atuação junto à luta
contra o machismo, LGBTfobia, racismo e afins. Problema nisso? De forma alguma.
Vale muito uma empresa minimamente engajada a boas causas àquelas estáticas ou
que até prestam desserviços a ela.
Mas quando digo minimamente é minimamente, mesmo. Talvez
aquela camada externa microscópica do ovo cozido comparado à gema, onde
acontece a verdadeira luta contra o problema.
Esse assunto pipocou por toda internet, desde quando a
empresa de streaming anunciou o cancelamento de uma série que, de fato, seria
um belo trabalho à causa citada no início. A inesperada ruptura de Sense8
deixou os fãs revoltados, choramingando pra todo lado e criando petições pela
volta da série. E até dá pra entender toda essa revolta. Imagina só cancelar,
por exemplo, Breaking Bad no fim da segunda temporada.
O que não dá mais é achar que a Netflix é uma empresa “boazinha”,
que se preocupa com alguma fobia somente porque hora ou outra lacra com
respostas bacanas ou posts engajados.
É a coisa mais básica do capitalismo: A Netflix é uma
empresa e precisa de dinheiro. Se seu produto precisou de um imenso
investimento, como a série precisou, e não obtive o retorno desejado, sinto
muito. É pau, pedra e fim do caminho. No capitalismo, sem lucro não existe luta
pela causa.
A partir de agora, seu ver alguém com essa de “Netflix sua linda,
pisa menos”, vou comentar “Querida, para que tá feio".