segunda-feira, 24 de maio de 2010

Lost nunca terá um fim.

Lost sempre esteve em um patamar acima das outras ao longo de sua história. Por mais que existessem mistérios, viagens no tempo, ursos polares, monstros de fumaça e outras coisas inimaginéveis, o que sempre teve seu papel principal era o ser humano e principalmente, seus problemas psicológicos e sociais.

Como o próprio Jacob (espero que saiba quem seja) disse, todos que estavam lá eram pessoas incompletas, infelizes, “quebradas” e Os 6 anos da série mostraram isso perfeitamente. Seja através de flashbacks ou na realidade da ilha, tudo que estava em evidência era o ser humano tentando sempre se redimir de erros cometidos. De resto, era apenas pano de fundo.

E pra sacramentar, cravar pra sempre Lost nos corações e mente de todos os fãs, a série teve um final que jamais será esquecido. Não apenas pela forte emoção de enfim saber o que aconteceria a todos os sobreviventes do Oceanic, não apenas pelas mortes, reencontros, sofrimento. Não, não. O que fez Lost não poder sair da cabeça de quem acompanhou foram as lacunas deixadas em aberto. Felizmente para uns, infelizmente para outros, o que vemos no final foi algo extremamente reflexivo, não entregando nada mastigado. O que nos fará pensar em seus porquês e “comos” pelo resto da vida. É muito mais mágico cada um refletir como quiser, e agradeço muito ao J.J Abrans também pensar assim.
Novamente o ser humano foi explorado, mas desta vez, fomos nós espectadores.

domingo, 16 de maio de 2010

Sessão Cult - Barry Lyndon – Uma pintura em movimento

Dentro de 1 ano eu pensava ter assistido o essencial da filmografia do meu diretor de cinema favorito, Stanley Kubrick. Laranja Mecânica, Dr. Fantástico, O Iluminado e 2001: Uma Odisséia no Espaço. Assisti também outros grandes longas assinados por ele, Nascido para Matar, de Olhos bem Fechados e Glórias Feitas de Sangue. Dentre os que faltam, apenas 3 eu ainda pretendia assistir. Lolita, Spartacus e Barry Lyndon.

Hoje criei ânimo e resolvi assistir o gigantesco Barry Lyndon sem muitas pretensões de inseri-lo no meu rol dos favoritos de Stanley. Pois pelo que li em sites especializados e fóruns, o filme é considerado uma obra prima sim, mas apenas para quem estuda cinema, devido a sua magnífica fotografia, iluminação única e enquadramento “a la Kubrick”, porém com um enredo maçante e história forçadamente “arrastada”. Bom, nada pode ser mais arrastado que 2001: Uma Odisséia no Espaço e isso não encaro muito como defeito.

Se especialistas ou cinéfilos impõem que o visual de Barry Lyndon é perfeito, ninguém em sã consciência poderia discordar. O longa é uma (mais uma) revolução do cinema. Para começar, toda a iluminação foi feita apenas com luz natural do sol, e para as cenas noturnas ou ambientes fechados, era feita à luz de velas. E para isso, usou de uma câmera especialmente projetada para esse tipo de ambiente. Já não bastasse toda essa preocupação, todo o figurino foi feito com roupas verdadeiras, todas feitas na segunda metade do século XVI. Tudo para que, no final, o espectador tenha uma visão perfeitamente real do que se passava na época. A fotografia e enquadramentos se dão como em todos os filmes de Kubrick, com um toque único.

Analisando a forma de arquitetar o visual de Barry Lyndon, nós, brasileiros, podemos comparar com o modo de criação dos poemas parnasianos (apesar de ter nascido na França, teve maior evidência por aqui) do início do século XX. Assim como Kubrick visa tem por objetivo a perfeição fotográfica, os escritores buscam sempre a perfeição nas formas, montando sempre o poema e suas rimas como um ouvires molda uma jóia. Porém as comparações com parnasianismo devem parar mesmo na sua forma visual. A “arte pela arte” do estilo literário o faz visar apenas as formas, pondo de lado o conteúdo. Isso não acontece em Barry Lyndon. O enredo e histórias podem ser considerados maçantes, mas apenas para aqueles não familiarizados com o tipo de obra que Stanley proporciona. O filme é repleto de detalhes, onde ninguém fez questão de acelerar o passo para que ele termine rapidamente. Detalhes que podem ser comparados a pinceladas em um quadro de auto-retrato, onde cada traço tem seu propósito de existir, e se não existisse, sentiríamos que está faltando algo. Como os traços em uma pintura, os sorrisos, os olhares, os silêncios, os passos, sons, conseguem ilustrar perfeitamente o clima da aristocracia da Grã-Bretanha. O que Barry Lyndon finalmente nos passa é uma sensação de que vemos realmente um belíssimo quadro em movimento. Uma pintura com traços de Caravaggio, conteúdo de Picasso e um surrealismo de Salvador Dali.

sábado, 15 de maio de 2010

Só pra constar (2)

Não me orgulho de de não ligar pro aquecimento global, de ligar o ventilador no frio só pra não dormir no silêncio, de ser manipulador, de ser ciumento, não gostar de amarelo, de ter mania de organização, de ser tão nostálgico, de gostar de O Mágico de Oz, de ser tão pragmático, de não olhar pra trás quando assoviam, de passar marcha sem pisar na embreagem, de ter perdido meu celular, de pensar que todos são idiotas antes de conhecer, de gostar de Rasputina. Não me orgulho de não ter orgulho disso tudo.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Péssima pergunta.

Já é meio que sabido que a pior coisa para um produto ruim, é uma boa propaganda. Mas a sorte da Antartica Sub Zero é que isso que está sendo veiculado na tv é tão ruim quanto o produto.

Eu como um bom apreciador de cerveja me sinto com o mínimo de gabarito possível pra falar que essa cerveja é ridícula, ruim, depreciável. E ainda vem com umas características (duplamente filtrada abaixo de zero) que são nada mais que marketing. E como estudante de Publicidade e Propaganda, também achei o mesmo de sua peça pra tv. Juntando essas duas coisas, algumas perguntas pertinentes vem a cabeça.

Como assim "refrescante"? - Ok, cerveja agora virou Coca-Cola pra matar a sede.
Como assim "duplamente filtrada abaixo de zero"? - Ela esquenta do mesmo jeito.

O que faria eu trocar minha velha e boa Brahma por isso? BOA PERGUNTA.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Emoção²

Devo ter sido único da faculdade que votei nesse comercial como o melhor de Cannes 2009. Mesmo porque tinha concorrentes de peso como Encounter da Coca-Cola e Dog Fish da Volkswagen.
Mas o que mais me chamou atenção nesse filme para o perfume Flora da grife italiana Gucci é a expressão/emoção/sentimento/algo inexplicável da garota. É algo puro que dá pra se notar apenas por pouquíssimos segundos de tomada em seu rosto.
Dá pra se notar, mas não explicar.