sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Filosofia de Cevada I – Rupturas

Só existe um lugar no mundo onde eu possa colocar as pernas pra cima e ouvir meu bom rock tranquilamente tomando uma cerveja. Esse lugar é meu quarto.
Nada de especial nesse sábado a tarde, tanto é que nem me lembraria dele, e principalmente, do que havia pensado nele se não tivesse achado rascunhos disso aqui.

Foi ouvindo Ramones que passei a reparar que o que entra pra história são as rupturas.
Ok, explicar-vos-ei através do exemplo desmoronamento do Punk na cabeça amarelo-cor-de-ovo de John Rotten.

A primeira ruptura do dia, o surgimento do Punk. O Punk Rock foi (desculpe, mas Punk Is Dead sim) um estilo que pregava em suas letras e atitudes um descontentamento com o sistema do mundo (essa birrinha contra o McDonnalds e Coca-Cola vem daí), uma vez que os jovens, principalmente do Reino Unido, se sentiam oprimidos pela classe burguesa capitalista e não tinham perspectivas de vida. Esse sentimento foi refletido na música. Antes do Punk Rock, o que predominava eram as mega bandas, pomposas, com instrumentistas formados em universidades usando instrumentos caros. Os músicos queriam, naturalmente, ser como seus ídolos, fazer sucesso e ganhar dinheiro. Porém cada vez ficava mais difícil, a cada dia o rock tendia a ser mais complexo e, consequentemente, distante da realidade dos jovens com “vida normal”. E, se não fosse por essa opressão e o ódio pelo sistema do Punk, hoje estaríamos vendo shows de rock em teatros de óperas.
Eis a primeira ruptura do dia, do rock pomposo para um rock simples, feito com instrumentos de segunda, músicos não muito competentes (mas muito talentosos) falando o que sua classe queria ouvir.
“We love our queen. God saves. God save the queen.” (Sex Pistols, em uma óbvia avalanche de sarcasmo).

A segunda ruptura foi como isso tudo se desmoronou. Foram 2 motivos. Um deles: O Punk Rock era simples por natureza, tanto em melodia quanto em letras. O estilo foi tão difundido pelo mundo que se saturou. Não existia mais o que falar e foi se tornando enjoativo com o tempo. 4 acordes iam sendo repetidos e o discurso já não tinha o mesmo efeito. O outro, e mais importante, foi a descrença de alguns quanto a eficiência do Punk. Anos e anos lutando contra o sistema e ele sequer deu sinal de mudança. Surge então outro estilo, Pós-Punk (ou Gótico). Com a seguinte ideologia: O problema não está no mundo, mas sim dentro de nós. Assim surge no mundo bandas com letras extremamente depressivas, criticando nós mesmos e nos comparando a lixos.
Essa foi a segunda e mais importante ruptura do dia, pois não basta lutar contra um sistema que oprime se nós mesmo somos assim por natureza.

É fantástico como a música reflete na sociedade e nas nossas vidas, basta absorvermos esses dois fatos em nossas vidas e nos tornaremos pessoas melhores.
Primeiro: Sejamos simples. Dar valor a pequenas coisas na vida, como olhar um pôr-do-sol ou dar uma boa gargalhada faz muito bem.
Segundo: Deixemos de por a culpa no mundo. Não adianta falar que o mundo é injusto, pois o mundo é feito de pessoas e pessoas são injustas que só pensam em sí. Não adianta chorar ou ficar bravo. Problemas ocorrem corriqueiramente e ninguém é isento disso. Resolva e pronto.

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