quinta-feira, 14 de outubro de 2010

3º Mundo né?

É certo que tamanho não é documento. O Japão e países europeus quem o diga. Porém nossos vizinhos, com décimos do nosso tamanho, espremidos pela Cordilheira dos Andes e pelo Oceano Pacífico mostram mais uma vez que a organização e o preparo são cruciais para um desfecho de sucesso como o tão aclamado caso dos mineiros soterrados.

O Chile aprendeu com sua própria história que para seres humanos sobreviverem em seu território eles teriam de superar cada vez mais desafios e, inevitavelmente, catástrofes. Desde 1570 o país sofre com abalos sísmicos e tsunamis e centenas foram registrados ao longo da história. Desde 1960, ano da pior catástrofe de sua existência, o Chile adota medidas de poupança de fundos para o país não entrar em um colapso financeiro para cobrir o prejuízo causado pelos seus constantes abalos sísmicos.

Em fevereiro 2010, novamente um terremoto assola o Chile, 15% de seu PIB foi o preço a pagar pelo prejuízo. “Estados de catástrofe” anunciados pelo governo, milhares de famílias desabrigadas e 800 mortos. Meses depois, tudo resolvido. A vida volta ao normal, ou quase. Só para comparar, o terremoto no Chile foi 100 vezes maior que o ocorrido no Haiti, que matou 230 mil pessoas e até hoje o país não se reconstruiu.

E no mesmo ano, desde a descoberta dos mineiros sobreviventes a mais de 600 metros, o governo traçou um plano não só para o resgate, mas também do tratamento que tentará trazer de volta a vida quem passou 69 dias dentro de um buraco sem ver a luz do sol. Os mineiros terão até tratamento com psicólogos para saber como se portar diante tanta exposição na mídia.

Eles agiram rápido, conseguiram ajuda certa e imediata. O que o Chile deixa de lição, para nós que podemos ser considerados mais ricos economicamente, é que ser um país de terceiro mundo na América Latina não é motivo pra ser desorganizado ou burocrático.

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