A heróica história do General Aladeen (Sacha Baron Cohen),
ditador da República de Wadiya, localizada no norte da África. Ele dedica sua
vida inteira a garantir que a democracia jamais chegue ao seu país, enquanto
ergue estátuas em sua homenagem e cria seus próprios Jogos Olímpicos. Quando a
comunidade internacional suspeita que Wadiya está construindo uma arma nuclear,
ele é intimado a se explicar na sede da Organização das Nações Unidas, nos
Estados Unidos. Mas seu encontro com a democracia americana não se passa
exatamente como ele esperava... (Fonte:
Adoro Cinema)
Sacha Baron Cohen já havia chamado atenção do mundo com o
magnífico Borat e o nem tão bom assim Bruno. Dois filmes que tem em comum a
participação espontânea de pessoas normais (leia-se não atores) sem saber que
tudo se tratava de encenação para captar suas atitudes verdadeiras e escancarar
seus defeitos. Dentre eles, o mais evidente e focado: o preconceito do povo
americano e seu modo de ver o mundo.
O Ditador abusa da visão estereotipada ao criar cenários e
personagens tanto árabes quanto americanos. Muitos podem achar um exagero esse tipo
de generalização, mas é uma ferramenta eficaz pra que se entenda o teor da
crítica de Cohen. O modo como o
totalitarismo árabe e a visão determinista americana é tratado pode sim ser
exagero por parte do diretor, mas o pequeno (talvez não tão pequeno assim) fio
de verdade deixa um gosto amargo a quem a crítica interessa. É um filme que
todo o povo norte-americano deveria ver para despertar a vergonha pela sua
mania de ver e rotular o mundo de acordo com o que sabem ou, pior, com o que
não sabem.
O sucesso mercadológico de Borat e Bruno foi tão bom que,
para O Ditador, o diretor foi obrigado a abrir mão do grande charme dos dos
primeiros, a mistura de realidade com ficção (muitas vezes o espectador não
sabe o que é o que). O motivo é prático, não seria difícil reconhecer Sacha
interpretando um personagem para enganar as pessoas. Por isso o “disfarce” já
não poderia mais ser usado. O charme dos dois primeiros longas de Cohen ficou
pra trás, mas a crítica aos norte-americanos foi aprofundada. Anteriormente elas
eram vistas como agulhadas ao modo dos ianques ver o mundo, agora são como
estacas fincadas em seus punhos. Só nos resta saber se seu orgulho fará
refletir mais ou se sairão do cinema comendo pipoca sem olhar por onde pisam.
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