domingo, 14 de outubro de 2012

O Ditador - Obrigatório para todos americanos


A heróica história do General Aladeen (Sacha Baron Cohen), ditador da República de Wadiya, localizada no norte da África. Ele dedica sua vida inteira a garantir que a democracia jamais chegue ao seu país, enquanto ergue estátuas em sua homenagem e cria seus próprios Jogos Olímpicos. Quando a comunidade internacional suspeita que Wadiya está construindo uma arma nuclear, ele é intimado a se explicar na sede da Organização das Nações Unidas, nos Estados Unidos. Mas seu encontro com a democracia americana não se passa exatamente como ele esperava...  (Fonte:  Adoro Cinema)


Sacha Baron Cohen já havia chamado atenção do mundo com o magnífico Borat e o nem tão bom assim Bruno. Dois filmes que tem em comum a participação espontânea de pessoas normais (leia-se não atores) sem saber que tudo se tratava de encenação para captar suas atitudes verdadeiras e escancarar seus defeitos. Dentre eles, o mais evidente e focado: o preconceito do povo americano e seu modo de ver o mundo.  

O Ditador abusa da visão estereotipada ao criar cenários e personagens tanto árabes quanto americanos. Muitos podem achar um exagero esse tipo de generalização, mas é uma ferramenta eficaz pra que se entenda o teor da crítica de Cohen.  O modo como o totalitarismo árabe e a visão determinista americana é tratado pode sim ser exagero por parte do diretor, mas o pequeno (talvez não tão pequeno assim) fio de verdade deixa um gosto amargo a quem a crítica interessa. É um filme que todo o povo norte-americano deveria ver para despertar a vergonha pela sua mania de ver e rotular o mundo de acordo com o que sabem ou, pior, com o que não sabem.

O sucesso mercadológico de Borat e Bruno foi tão bom que, para O Ditador, o diretor foi obrigado a abrir mão do grande charme dos dos primeiros, a mistura de realidade com ficção (muitas vezes o espectador não sabe o que é o que). O motivo é prático, não seria difícil reconhecer Sacha interpretando um personagem para enganar as pessoas. Por isso o “disfarce” já não poderia mais ser usado. O charme dos dois primeiros longas de Cohen ficou pra trás, mas a crítica aos norte-americanos foi aprofundada. Anteriormente elas eram vistas como agulhadas ao modo dos ianques ver o mundo, agora são como estacas fincadas em seus punhos. Só nos resta saber se seu orgulho fará refletir mais ou se sairão do cinema comendo pipoca sem olhar por onde pisam.



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