terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Inception - Neorônios em forma de omelete



Contém spoilers.

Uma coisa que me fiz escrever sobre A Origem (Inception) meio atrasado (algumas semanas depois) foi esperar a poeira baixar, o estouro da boiada se acalmar e meus neurônios agora poderem trabalhar em prol desde post.

Pobre de mim. Achava que nada podia fritar mais meus miolos que Clube da Luta, ou Efeito Borboleta. Eis que surge uma obra de um diretor que se mostra cada vez mais ousado e sem medo de errar. Após reformular o envergonhado Batman no cinema, cria uma história que me fez imaginar que tipo de droga Christopher Nolan usou pra pensar nisso tudo que, não chega ser impossível de se entender, mas uma simples olhada no relógio faz perder todo sentido (torça pra ter algum).

No início, já era de se esperar uma cena pra não se entender nada (sem querer subir em cima da onça morta pra tirar foto, mas imaginei que aquele seria o final). Depois a coisa vai complicando. É necessário entender tudo a partir do final da primeira cena, se não, é melhora começar de novo. E não tenha vergonha de recomeçar.

Porém, Inception não é só complexidade crua e inteligência, o filme é extremamente empolgante, principalmente nas cenas em que certos acontecimentos só podiam ocorrer em sonhos. (A “falta de gravidade” no hotel como conseqüência da Van estar caindo no rio, por exemplo). Com personagens carismáticos e interessantes. Leonardo DiCaprio cada vez mais maduro e me fazendo esquecer Titanic é um ponto a se relevar. E, claro, alguns efeitos especiais, como a cidade se dobrar para cima e segundo minha amiga e (sic) fã, Tais, estudante de Cinema e futura editora, a cena da Van caindo no rio. Desculpe, mas a palavra é “FODA!”

Vai um paradoxo aí? Pra completar a omelete de neurônios, busquei um defeito no filme achei um. Ele é extremamente didático, chegando ficar enjoativo todo mundo explicando como tudo funciona. Porém, se eles explicando passo a passo já fica difícil de entender, sem fazer isso seria impossível de fato. Então, deixa esse defeito de baixo do tapete da razão.

Dentre infinitas perguntas que podem surgir após o término do filme, a que mais me intrigou foi: Quem é o vilão, quem é o mocinho? A resposta é simples, ninguém e ninguém. Os supostos heróis são pessoas com índoles duvidosas. Ladrões, mercenários, falsificadores, que entram na mente de uma pessoa a mando de seu concorrente, criam um mundo de mentiras inserindo uma idéia primária para que se desenvolva e acabe com si mesma. Nos moldes do maniqueísmo, isso não é lá uma coisa muito heróica. E o vilão? Robert Fischer (Cillian Murphy) não faz nada além de se defender em seus próprios sonhos (utilizando de técnicas “anti-invasão”) e que é enganado o tempo todo pela equipe de Dom Cobb. (Leonardo DiCaprio).

Essa é uma das poucas perguntas onde há respostas. Outras, como: Ele matou a esposa? (creio que sim, ele usou a inserção para que ela se matasse) O final é real ou um sonho? (O pião começou a querer parar de rodar) já não são simples de responder e dependem da interpretação de cada um.

Inception é um filme genial, com uma história genial, edição genial. Mas o que mais admiro em filmes de Nolan é seu toque de realidade, mesmo em fantasiosos como Batman ou Inception. Ele nos mostra que, assim como na vida real, não existe ninguém bom e ninguém mau. O que existem pessoas buscando seu lugar no mundo e realizar seus sonhos...

Sonhos?

O próximo será Batman – Dark Knight Rises. Não me decepcione, Nolan!

Um comentário:

Michelle Borges disse...

Genial o filme e ótima escolha de post!
Lembro que quando saí do cinema, minha cabeça estava doendo..hehe
Terei que rever esse filme algumas vezes antes de entender completamente, e ainda assim, não creio que será possível algum dia entender tudo!

Bom post!

Abraço