quinta-feira, 1 de março de 2012

Um exemplo a (não) seguir.



A notícia do protesto em uma rua de Frutal, onde os buracos no asfalto foram contornados de tinta branca tomou proporções nacionais. Se espalhou pelo Facebook e foi divulgado em grandes veículos de notícia on-line. Isso em 2012, em pleno ano de eleições municipais. É inadmissível para quem almeja permanecer no poder executivo da cidade, uma ampla exposição de uma ferida na cidade. Foi um tapa na cara com mãos calejadas bem dado.

Se existe algo que políticos de cidades pequenas não entendem, não aceitam e acham que seu poder está a cima disso, é o protesto popular. Vivencio isso na minha cidade, onde o prefeito por medo de uma manifestação pacífica chama a polícia e “manda prender todo mundo”. Em Frutal, a resposta ao protesto foi um só: Desespero. Em entrevista ao jornal Raio X (muito influente na cidade) a prefeita tentou jogar a culpa de tudo pro outro lado. Chamou os responsáveis pelo protesto de vândalos e que medidas seriam tomadas contra eles. Estranho, pois segundo o dicionário, vandalismo significa “Destruição de obras de arte, de objetos importantes, por ignorância, selvajaria ou falta de gosto.” Não sabia que os buracos das ruas de Frutal eram tão importantes ou belos para serem chamados de obras de arte. Pois bem...

O modo como a prefeita Ciça reagiu foi no mínimo ridículo. Houve erro grosseiro de assessoria de imprensa, algo reacionário digno de pena. O que era uma tentativa de se safar como a donzela indefesa a transformou mais ainda na bruxa da história. Um ato dessas proporções certamente tem a simpatia e apoio do povo, os protestantes são admirados e tidos como “heróis” e seu exemplo deveria ser seguido. A ação burra e reacionária da prefeita a jogou contra esse povo, que vota e a elege. Erro dela? Claro, mas onde está a assessoria de imprensa quando se precisa dela? Não é possível que algum comunicador social a orientou a dizer tamanhas idiotices. Prefiro acreditar que ela acordou de mau humor, quebrou uma unha, tomou café amargo, tropeçou no caminho, pisou em fezes e não ouvia ninguém que a norteava. (prefiro acreditar, mas...).

Eis uma resposta digna e inteligente:
“-Admiro a preocupação dos moradores com sua cidade e estamos fazendo o possível para conseguir recursos para o recapeamento das ruas. Protestar está nos direitos dos cidadãos e tomamos isso como um recado.”
Assim mesmo, simples. A resposta foi dada sem alarmes e de forma categórica. Simplesmente sóbria e sem fervor, já que a prefeita falava para um jornal, não em um palanque. Não culminaria na indignação da população e, principalmente, não a expunha ao ridículo, como aconteceu.
Para nós, estudantes de Comuniação Social, fica o exemplo a não seguir. Pois como disse Don Corleone: “Não odeie seus inimigos, isso atrapalha seu raciocínio”

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