domingo, 8 de novembro de 2009

Os sonhos e os pés.

- Se eu ordenasse a meu general voar de uma flor a outra como borboleta, ou escrever uma tragédia, ou transformar-se em gaivota, e o general não executasse a ordem recebida, quem - ele ou eu - estaria errado?
- Vós, respondeu com firmeza o principezinho.
- Exato. É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar, replicou o rei. A autoridade repousa sobre a razão. Se ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, farão todos revolução. Eu tenho o direito de exigir obediência porque minhas ordens são razoáveis.

Não é bem um sonho. Aliás não tem a mínima chance de isso acontecer. Mas as vezes eu me pego imaginando se algum funcionário do banco desmiolado errasse a digitação e registrasse 100 milhões de reais na minha conta. Ou então, o jeito mais romântico de ficar milhonário. A loteria.
A primeira coisa que imagino. Minha casa de festas com 8 suítes, uma piscina do tamanho de uma quadra de volei, um quarto com uma tv de plasma de 90" e um Nintendo Wii, uma pista de quadricíclo e um mini-golfe. Festas regadas a cerveja e cerveja.
O sonho não dura muito. Meus pés são pesados e insistem em ficar no chão. A realidade deu o ar da graça e o padrão desceu. A piscina é bem menor e de fibra. A tv até pode ser de plasma, mas algumas dezenas de polegadas a menos. Agora tem vaquinha pra comprar cerveja e se acabar a carne, acabou. Agora sim, isso é um sonho. Algo que eu possa pelo menos enxergar e que me anima conquistar. Já que não espero conseguir o que quero escolhendo números ou aguardando a sorte vir de taxi.

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