segunda-feira, 19 de abril de 2010

Disainer Gráfico

É engraçado (pra não dizer trágico) como os “designers” de gráfica fazem porcarias. Sim, eu trabalho em gráfica e posso não ser um exímio designer gráfico, mas eu felizmente enxergo a linha do ridículo que muitos da minha classe sequer sabem que existe.

Aqui vão algumas regras do desain de gráfica.



Fontes. Todas possíveis e imagináveis, sendo uma em cada linha. Não importa se vai ficar difícil pra ler, a fonte tem que ser “trabalhada” e o “padrão” da Arial, Verdana e Futura é proibido. As mais recomendadas são Banff e Monotype Cursiva.

Cores. Primeiramente e o mais importante: Branco é expressamente proibido. Degradês de amarelo pra azul são altamente recomendáveis. O anúncio pode ser para uma relojoaria ou para um açougue, as cores devem ser “vivas” e carnavalescas. Seguindo a regra das fontes, cada linha também deverá ter uma cor diferente e de preferência com contorno de cor diferente.

Elementos geométricos. Todos os anúncios são varejistas. Seja para a Ferrari ou a loja de roupas da esquina, portanto a velha estrelas com características do produto são indispensáveis. Assim como os círculos ou outras formas geométricas.

Textos. Imagine um feirante esgoelando para vender suas verduras. É isso que o anúncio de gráfica tenta fazer. “COMPRE ISSO!!!”, “VENHA CONHECER!!!”, “FAÇA-NOS UMA VISITA!!!”. Textos no imperativo (quase implorativos) em caixa alta e três pontos de exclamação.

Imagens e fotos. Existe apenas um banco de imagens: Google. É comum ver em um cartaz de 60cm uma imagem de 300x300 encontrada no Google. E pra melhorar, a falta de habilidade para recortar o fundo da figura dá o tom especial do ridículo.

Efeitos. Eis a maior alternativa para impressionar. Já que idéias não surgem comumente, e o layout não deve de forma alguma ser limpo, a saída são as sombras, contorno interativo, preenchimento de textura ou aqueles pincéis especiais de figuras do Corel que dão um charme a mais no layout.

Variados. Textos desalinhados, telefones gigantescos, nome do dono do estabelecimento, logomarcas com contorno...

Pelo menos uma coisa é certa. Muitos arte-finalistas fazem isso não por vontade própria, existe algo chamado “cliente”, que pensa que nasceu designer/publicitário que não tem visão alguma, obriga o pobre coitado salariado a ceder aos seus caprichos.

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