domingo, 31 de julho de 2011

De volta às rupturas. Baladas preguentas

A linha que separa o “não gostar” de “desdenhar” não tem nada de tênue. Tão larga que pode facilmente ser chamada de faixa. Ou seja, você pode odiar Guns n’Roses e bandas de grunge a vontade, mas faça isso apenas por gosto pessoal e saiba que elas tem grande importância pra história do rock.



A década de 80 havia terminado, a MTV já era uma mega potência sonhada por qualquer artista musical ou banda do mundo que almejava algum status no mainstream internacional. Como o pop era também cada vez mais forte, algumas bandas de rock deviam se moldar pra ser aceitas por essa e outras corporações. Algumas bandas mergulharam no pop (http://rafew.blogspot.com/2011/05/rock-progressivo-80s-quem-procura-acha.html), outras encontraram um caminho diferente, mas que também agradou muito a cultura pop. As baladas.

Talvez você conheça Aerosmith pelos clipes com a Alicia Silverstone (que veio a ser a garota propaganda da banda) ou baladas como I Don't Wanna Miss A Thing, que fazem parte da trilha sonora do filme Armagedon, entre outras. Não é certo dizer que “isso não é Aerosmith”, pois qualquer coisa feita por uma banda, mesmo que fuja de sua essência, faz parte de sua obra. Porém o que nós, rockeiros amantes de guitarra e fúria gostamos é bem diferente disso. Aermosmith é só um exemplo, assim como o Bom Jovi ou Whitesnake, de como o antigo e excelente hard rock se moldou para ser aceito na mídia. Criando, na década de 90, basicamente baladas que em sua maioria falavam de aventuras amorosas.



O que o Grunge e o Guns n’Roses tem a ver com essa história toda? Assim como o punk havia feito, essas duas correntes devolveram ao rock o espírito rock and roll para uma geração órfã de ídolos com atitude. As baladas, os rostinhos bonitos (não valendo pro Steven Tyller), o amor já estava saturado e os jovens queriam mais e isso os bad boys do Guns e, principalmente o Nirvana trouxeram de volta. Uma tendência tão forte, ao mesmo tempo audaciosa, que a MTV foi obrigada a engolir. Agora tinha músicos drogados quebrando instrumentos nos clipes, músicas falando de violência, sexo, pornografia ou qualquer coisa que vinha na cabeça desses jovens ídolos que surgiam.



Fãs mais ortodoxos de Nirvana e Gun n’ Roses geralmente se odeiam, assim como os membros da banda, que muitas vezes deixaram isso bem público. Mas algo que eles têm em comum é que fizeram parte de uma das gerações mais importantes para o rock. (falo mesmo, o choro é livre)

Um comentário:

Michelle Borges disse...

Muito bom! Divertidíssimo e concordo com você em tudo, principalmente na falta de concordância entre os termos "rostinho bonito" e "Steven Tyler".

ÓTIMO!

Abraço.