segunda-feira, 20 de abril de 2009

Orgulho oculto

Na minha faculdade antiga, toda a sala mantinha uma áspera divergência com uma certa professora e nos sintiamos indignados pelo nível dos profissionais que a faculdade enviava para nos orientar.

Eu, como adoro não ficar sem fazer nada, junto com um amigo com o mesmo espírito inquieto, cansamos de procurar a cordenação do curso para tomar as medidas para contornar a situação.

Por nos auto proclamarmos bode expiatórios do caso, a tal professora tomou uma birra gigantesca contra nós dois, prejudicando de toda forma possível o nosso grupo.
No final do semestre, foi passado um trabalho de criação de um cartaz para estilos de filmes, cada agência (grupo) ficou com um tema diferente.
Como sempre, eu fiz o texto e o meu amigo fez o layout. Mostrei o texto pra minha professora de Redação Publicitária e ela disse que estava ótimo. Ok, estava pronto o trabalho.

Pronto? Só faltava mostrar pra tal professora. Como era esperado, mil e um defeitos foram jogados na arte. O que nos deixou indignados foi o fato dela questionar coisas que usamos por livre iniciativa. Ela queria que a gente fizesse como ela teria feito, disse que aquela cor de fundo não estava boa, aquela fonte não era legal, a foto não era suficientemente boa... ou seja, ela não quis deixar a gente criar, quis tirar nossa liberdade. E quer tirar minha liberdade de criação é brigar feio comigo.

No mesmo trabalho, uma outra agência estava com dificuldade na criação da arte. Um amigo me pediu umas dicas e como eu tenho o coração bom eu acabei fazendo tudo pra ele. Foi maravilhoso e decepcionante ao mesmo tempo. A professora só faltou comprar a arte por milhões de dólares, nunca vi ela elogiar algo com tanta vontade. Criatividade, diagramação, cores, ela não achou um defeito sequer. E olha que eu tinha certeza absoluta que o nosso estava bem melhor.

Deu muita, mas muita vontade de esfregar na cara dela que fui eu quem o fiz, mas o bom senso fala mais alto. Fazendo isso eu prejudicaria a outra agência, então fiquei quieto. Ocultei meu orgulho, camuflei minha alegria e gargalhei por dentro. No final eu venci, mesmo que ela não saiba disso.

Valeu a pena? Sim, faria tudo denovo e de trás pra frente em língua inglesa. Eu sou meu maior crítico e meu pior inimigo, eu sabendo que fiz o que deveria ser feito já está passando de bom. O mundo saber é consequencia.

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